Bolsonaro sobre jornalista inglês sumido na Amazônia: ‘era mal visto’

Jair Bolsonaro e Dom Phillips. Fotos: Isac Nóbrega/PR e Acervo Pessoal/Dom Phillips

Jair Bolsonaro e Dom Phillips. Fotos: Isac Nóbrega/PR e Acervo Pessoal/Dom Phillips

O presidente Jair Bolsonaro declarou que o jornalista britânico Dom Phillips – que desapareceu junto com o indigenista Bruno Araújo Pereira há dez dias na região do Vale do Javari, na Amazônia – era “malvisto” por fazer “muita matéria contra garimpeiro” ou com foco em questões ambientais. Ainda segundo o mandatário da República, o jornalista deveria ter “mais atenção consigo próprio”.

“Esse inglês era mal visto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele”, disse Bolsonaro nesta quarta-feira (15).

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Ainda segundo o atual ocupante do palácio do Planalto, Phillips e Bruno “resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema”: “É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam”..

“Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar lá”, completou.

Dom Phillips entrevista Bolsonaro no Planalto. Foto: Marcos Corrêa/PR
Dom Phillips entrevista Bolsonaro no Planalto. Foto: Marcos Corrêa/PR

Bolsonaro também disse acreditar que se o indigenista e o jornalista tiverem sido assassinados, “pouca coisa vai sobrar”. “Aquela região, você pode ver, pelo que tudo indica, se mataram os dois, se mataram, espero que não, eles estão dentro d’água e dentro d’água pouca coisa vai sobrar. Peixe come, não sei se tem piranha lá no Javari. A gente lamenta tudo isso aí”, afirmou.

O presidente atacou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter mandado o governo adotar todas as providências possíveis para encontrar Phillips e Pereira.

“Barroso podia dar cinco dias também para achar os 60 mil”, disparou, em relação ao número de desaparecidos no país. “Vem sentar na cadeira para dar dica de como achar os 60 mil desaparecidos e não só dois que estão lá porque todos merecem dedicação”, ironizou.

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