Bolsonaro sobre mortes de presos transferidos: ‘problemas acontecem’

Presídio de Altamira, no sudoeste do Pará. Foto: Reprodução de Internet

Presídio de Altamira, no sudoeste do Pará. Foto: Reprodução de Internet

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “problemas acontecem” ao falar sobre os quatro presos assassinados dentro de um caminhão-cela ao serem retirados de Altamira, no Pará. Eles haviam sobrevivido ao massacre do presídio, onde 58 detentos morreram na última segunda-feira (30), e teriam sido sufocados no trajeto para unidades de Belém.

“Eles haviam sobrevivido ao massacre do presídio de Altamira, onde 58 detentos morreram na última segunda-feira, e teriam sido sufocados no trajeto”, declarou Bolsonaro ao “UOL”.

“Porque uma ambulância, quando pega uma pessoa até doente no caminho, ela pode vir a falecer. O que eu pretendo fazer? Problemas acontecem, está certo?”, disse Bolsonaro ao fim de uma cerimônia em que assinou o contrato de concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul em Anápolis, em Goiás. “Vou conversar com o ministro (Sergio) Moro (titular da Justiça e Segurança Pública) nesse sentido”, completou o presidente dizendo ter pena dos familiares das vítimas do massacre. Ele defendeu que haja mais “autoridade” em cima dos presos.

Questionado se o governo federal pretende enviar alguma ajuda para conter a crise, Bolsonaro avaliou a possibilidade.

“Ajuda para quem? Tem o fundo penitenciário. Agora, pessoal, problemas acontecem, tá certo? Se a gente puder conversar com o (Sergio) Moro (ministro da Justiça e Segurança Pública) nesse sentido…”, afirmou o presidente, após participar de um evento em Anápolis na manhã desta quarta-feira (31).

Jair Bolsonaro voltou a defender o trabalho forçado para presos e disse sonhar com presídios agrícolas no Brasil. Ele afirmou que tem conhecimento de iniciativas de trabalho dentro de presídios, mas gostaria que o governo tivesse mais autoridade em cima do preso e citou os Estados Unidos como exemplo.

“Eu sonho com um presídio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente, mas não pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos nem quer que sejam mortos, mas é o habitat deles, né?”, disse.

Com o assassinato desses quatro presos, o número de vítimas do massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira subiu para 62 pessoas, maior chacina relacionada a presídios do Brasil neste ano. Do total, 16 foram decapitados. Segundo investigação, o motivo do massacre foi a disputa entre duas facções para controle do presídio.

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