Após o presidente Jair Bolsonaro dizer que o Enxame Nacional do Ensino Médio em passaria a ter a “cara do governo”, servidores do Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) acusam o mandatário de tentar interferir nas questões do Enem.
De acordo com técnicos das pastas, Bolsonaro solicitou ao ministro Milton Ribeiro a alteração do termo “Golpe de 1964” por “‘Revolução”. Segundo integrantes do governo, o pedido teria sido feito ainda no primeiro semestre, apontou o jornalista Paulo Saldaña no jornal “Folha de São Paulo”.
Desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, nenhuma questão do Exame Nacional do Ensino Médio abordou o tema da ditatura – fato inédito desde o início da aplicação do Enem.
Servidores envolvidos na elaboração e aplicação do exame, as perguntas foram elaboradas buscando um equilíbrio entre as reivindicações do governo e a matriz de conteúdos do Ministério da Educação. Técnicos, porém, relatam pressão e medo em relação a possíveis perseguições caso o exame desagrade o presidente Jair Bolsonaro.
O Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e o Palácio do Planalto foram questionados sobre possíveis interferências, mas não responderam à reportagem.
A repercussão deste assunto levou a expressão “foi golpe” ao Trending Topic, do Twitter, em repúdio à suposta iniciativa do governo de mandar aplicar nas provas do Enem o termo “revolução” em referência à Ditadura Militar.
Bolsonaro é defensor da ditadura e já fez elogios a ex-torturadores, como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015).
“O que eu considero muito também: começam agora a ter a cara do governo as questões da prova do Enem”, disse o presidente durante um passeio pelo Oriente Médio. “Ninguém precisa ficar preocupado. Aquelas questões absurdas do passado, que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente, algo voltado
para o aprendizado”, completou.
De acordo com informações do jornal “O Estado de São Paulo”, 24 questões foram retiradas da prova por serem consideradas “sensíveis”.
Ainda que não se saiba o que são essas “questões sensíveis”, é fato que devam estar relacionadas à sexualidade. Dois momentos recentes geraram discussões e críticas por parte da extrema direita: em 2016, quando uma questão trazia a filósofa Simone de Beauvoir, uma das maiores teóricas do feminismo, e, em 2018, quando havia uma pergunta sobre o “pajubá”, o dialeto LGBT.
Durante a reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, realizada na última quarta-feira (17), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou interferência do governo nas provas do Enem.
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