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Joias: Bolsonaro trata seus apoiadores como otários, por Sidney Rezende

A decepção dos seguidores de direita que apoiaram Jair Bolsonaro e sua família em 2018 cresce a olhos vistos. A ficha começa a cair. Como se eles tivessem participado de uma festa e a orgia alimentar pesou no estômago no dia seguinte. Pior, não dá jeito tratar só a base de sal de frutas.

Presidente consagrado nas urnas, sentado na cadeira número 1 do Palácio do Planalto, o “mito”, como eles o apelidaram na campanha, repetiu exaustivamente que o seu governo não “tinha” e “não teria” um só caso de corrupção. Discurso que mudou no último ano de mandato quando Jair admitiu que os desvios foram insignificantes.

Ele se esquivou das negociatas durante a pandemia e a roubalheira no Ministério da Educação com pastores negociando barras de ouro em troca de vantagens.

Bolsonaro foi incansável ao repetir o versículo 32 do capítulo 8 da bíblia, do evangelho de João 8:32, que diz “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Eis que antes mesmo de concluir suas responsabilidades no cargo, para as quais foi eleito e jurou respeitar com a mão sob a Constituição, ele preferiu alimentar sua própria apatia após a derrota nas urnas, divulgou estar deprimido e triste, e passou a não mais governar. Ele deixou tudo para lá.

Bolsonaro juntou suas coisas e viajou para os Estados Unidos, com tudo pago pelo contribuinte.  Usou o avião da FAB acompanhado pelo seu staff composto por aspones e seguranças. As mordomias perduram até hoje e a conta espetada no bolso do cidadão.

Depois de calendários, o casal Bolsonaro pode confeccionar diplomas de otários para quem acreditou nos dois.

 

De Miami o capitão não quer sair. Férias prolongadas. As suas despesas já ultrapassam a casa de R$ 1 milhão. Tudo isso foi um balde de água fria naqueles que acreditaram na balela da “intervenção e golpe” e ainda amargam as celas das cadeias da capital federal.

A verdade é que Bolsonaro foi omisso ao deixar seus seguidores sem qualquer assistência. Consideração, zero!

Diploma de otário

A esposa do ex-presidente, Michelle, está se “divertindo” com a possibilidade de ser candidata em 2026, e nem visitou as presas na Colmeia e aliados na Papuda. Quem convive com a ex-primeira dama garante que ela está “leve e solta” dedicada a articulações políticas. A separação física do casal não parece ser um problema afetivo para ambos.

Eles não sinalizaram constrangimento algum com nada, nem mesmo a divulgação de informações até bem pouco tempo sigilosas. Não estão nem aí,  e muito menos interessados em explicar como a família Bolsonaro deixou o estado dos palácios. Já sabemos que com tudo quebrado, bens ainda sendo procurados e suspeita de destruição deliberada do patrimônio público.

Ainda se busca explicações para as razões macabras que levaram à morte animais que deveriam estar sob seus cuidados, como emas e carpas. A cada instante aparece mais um escândalo igualmente grave.

Os bolsonaristas que foram às ruas chamar Lula de “ladrão”, batendo no peito que o “mito” era o exemplo de ética e decência, xingaram o STF em vão, pelo visto, pediram intervenção militar e praticaram inúmeras badernas, como as do dia 8 de janeiro, agora estão atônitos diante da denúncia irrefutável publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo de que o governo Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer de forma ilegal para o Brasil um conjunto de joias avaliado em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões) para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Se não fosse o trabalho responsável dos policiais da alfândega brasileira as joias estariam no lar de Michele e Jair. Como foram presentes de chefe de estado de outro país, os diamantes são parte do acervo da presidência e pertencem ao povo brasileiro. Não é um bem privado do casal derrotado por Lula no ano passado.

Jair está vendendo calendários, mas na verdade o casal pode confeccionar diplomas de otários para quem acreditou neles, o problema é se seus eleitores ainda estão dispostos a se deixar ser ludibriados depois de tantas evidências.

Os Bolsonaro foram longe demais.

Sidney Rezende

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Sidney Rezende
Tags: CorrupçãodestaqueJair BolsonaroLadrãoLulaMichelle BolsonaroPalácio AlvoradaPalácio do PlanaltoSTFSupremo Tribunal Federal

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