Bolsonaro ironiza jornalista e diz que Folha não tem que contratar ‘qualquer uma’

Bolsonaro em entrevista em Dallas. Foto: Marcos Corrêa/PR

Bolsonaro em entrevista em Dallas. Foto: Marcos Corrêa/PR

Um dia após protestos contra os cortes na educação realizados em vários estados do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (16) que a Folha de S.Paulo não tem que contratar “qualquer uma” para trabalhar no jornal. A declaração foi dada nos Estados Unidos, após a repórter Marina Dias questionar o chefe do Planalto sobre o bloqueio de recursos no orçamento da educação.

Em entrevista coletiva, o presidente disse que a jornalista tinha que entrar de novo “numa faculdade que presta e fazer bom jornalismo” e ressaltou que o veículo “não pode contratar qualquer uma para ser jornalista, ficar semeando a discórdia, perguntando besteira e publicando coisas nojentas por aí”.

Marina Dias perguntou se cortar dinheiro do setor resolveria esse problema após o presidente falar que nenhuma das universidades brasileiras estava na lista das 250 melhores instituições de ensino do mundo.

Segundo reportagem do jornal, “enquanto respondia a pergunta, o presidente foi orientado pelo secretário de comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, a usar a palavra ‘contingenciamento’ e não ‘corte’ — expressão que o próprio Bolsonaro já havia utilizado em outros momentos durante a mesma entrevista”.

A repórter argumentou que contingenciamento significava corte, já que é o bloqueio de recursos para a área. Bolsonaro afirmou que havia um especialista em orçamento ali e apontou para um homem que estava gravando a entrevista com o celular. Ele disse que contingenciamento era “a suspensão do gasto durante o período”.

Outra jornalista tentou fazer mais uma pergunta mas Bolsonaro insistiu com a profissional da Folha: “Quer debater o Orçamento comigo?

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