Bolsonaro em discurso ‘Judiciário pode ‘sofrer aquilo que não queremos’

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Facebook

Em discurso feito na manhã desta terça-feira (7) na Esplanada dos Ministérios, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Poder Judiciário “pode sofrer aquilo que não queremos”. Sem citar nomes ou exatamente o que seria feito, ele disse a apoiadores que existe um ministro específico “paralisando a nação”.

Embora não tenha citado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, um dos principais alvos das manifestações, Bolsonaro afirmou que “não é possível aceitar que uma pessoa específica da região da Praça dos Três Poderes continue barbarizando” e que esta pessoa “ameace a liberdade”. Ainda segundo ele, o Poder Judiciário “pode sofrer aquilo que não queremos”.

“Juramos respeitar a nossa Constituição. O ministro específico do STF perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica continue paralisando a nossa nação. Não podemos aceitar. Ou esse poder [Judiciário] pode sofrer aquilo que nos não queremos. Sabemos o valor de cada poder da República”, falou em cima de um carro de som.

Jair Bolsonaro também afirmou que o Executivo não aceitará mais as medidas impostas pelo por governadores e prefeitos, autorizados pelo Poder Judiciário. “Creio que o momento chegou”, afirmou ele, interrompido por gritos dos apoiadores.

“Alguns governadores e prefeitos simplesmente ignoraram dispositivos funcionais, como os incisos do artigo 5º da Constituição. Muitos foram obrigados a ficar em casa. Perderam o direito de ir e ver, do trabalho e de ir a um templo […]”, declarou.

“Temos em nossa bandeira escrito ordem e progresso. Não queremos ruptura, não queremos brigar com poder nenhum. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade. Eu jurei um dia, juntamente com o Mourão, dar a nossa vida pela pátria”, finalizou.

Mais cedo, no primeiro discurso do dia, durante hasteamento da bandeira, Bolsonaro falou que não admitirá que “outras pessoas joguem fora das quatro linhas” da Constituição.

O clima é de tensão na Esplanada, onde apoiadores do presidente entraram durante a madrugada, furando o bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Eles chegaram a arrastar grades para invadir o local e armaram barracas, sem passar por nenhum tipo de revista.

Após a participação das cerimônias em Brasília, Bolsonaro seguirá para São Paulo, onde fará, segundo ele, um discurso maior para os simpatizantes na Avenida Paulista.

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