Bolsonaro insinua que pode desistir de reeleição e xinga presidente da CPI: ‘Anta amazônica’

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Youtube

Em declaração a apoiadores, nesta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro insinuou nesta segunda-feira (19) que pode desistir da candidatura à reeleição em 2022 caso o processo eleitoral não seja alterado para o voto impresso.

“Olha, eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar eleição…Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…”, disse em tom misterioso o presidente. Na sequência, Barroso foi o alvo do discurso de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral, mas desta vez o presidente acusou o magistrado da Suprema Corte de interferir no Legislativo, onde corre o Projeto de Lei pelo voto impresso, que já está praticamente sepultado pelos deputados.

A declaração é um recuo em relação ao que disse no dia 9 de julho, quando declarou que, se não houvesse a impressão dos votos, poderia não haver eleição em 2022.

“O Barroso foi para dentro do Parlamento fazer reunião com os congressistas. E acabou a reunião, o que vários líderes fizeram? Trocaram os parlamentares pra votar contra o parecer do deputado Filipe Barros, relator do projeto”, completou Bolsonaro, sem apresentar provas.

A fala do presidente, em frente ao Palácio da Alvorada, ainda teve mais uma vez a palavra “fraude” em relação ao processo de votação. Outro ponto abordado por Bolsonaro foi que as urnas eletrônicas serão auditadas dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de “forma secreta”.

Segundo o presidente, os responsáveis por auditar os votos das urnas serão as mesmas pessoas “que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível”.

‘Anta amazônica’: Bolsonaro xinga Omar Aziz, presidente da CPI da Covid-19

Jair Bolsonaro também voltou a atacar a CPI da Covid-19. Ao se referir ao presidente da comissão, o senador Omar Aziz, o presidente chamou o parlamentar de “anta amazônica”.

A fala ocorreu após Bolsonaro negar a existência de corrupção dentro de seu governo e justificar que nenhuma vacina superfaturada foi comprada, embora o os recursos no Ministério da Saúde tenham sido empenhados para pagamento.

“O que a imprensa fazia naquela época? ‘Tem que comprar vacina, não interessa o preço’. Agora, quem queria comprar vacina, não interessando o preço e sem passar pela Anvisa era o Omar Aziz . Está documentado numa emenda que ele apresentou uma medida provisória nossa, sobre vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, apresentou uma emenda igualzinha, que estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificação da Anvisa e sem licitação. Imagina se aprova isso, hein, Omar Aziz? Mais conhecido como anta amazônica. Anta amazônica”, declarou Bolsonaro.

O presidente aproveitou para justificar as gravações vazadas do ex-ministro, Eduardo Pazuello, em que o general diz ter um acordo para a compra de 30 milhões de doses da vacina CoronaVac através de intermediários.

“Agora, você tem que tomar as medidas para evitar que aconteça o problema, já estamos há dois anos e meio sem corrupção no governo, agora tem essa CPI dos 3 otários, tentam de toda maneira colar ‘Ah, mas o Pazuello conversou com empresário’. Pô, se tivesse corrupção, não ia ter vídeo, meu Deus do céu, seria no porão, ou num canto qualquer. O tempo todo tentando ‘Ah, mas ele pensou em se corromper’, respondi para a repórter: Você sabe o que eu tô pensando sobre você?”.

A Sinovac, farmacêutica que produziu o imunizante, ressaltou que apenas o Instituto Butantan possui autorização para negociar as vacinas CoronaVac em território brasileiro.

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