Bolsonaro demite Gustavo Bebianno

Gustavo Bebianno. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Gustavo Bebianno. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após dois dias de crise e troca de farpas pela internet, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, do PSL. Para o seu lugar, já foi anunciado o general Floriano Peixoto de maneira efetiva.

A notícia que vinha sido ventilada há quase uma semana foi oficializada na tarde desta segunda-feira (18) pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.

“O excelentíssimo senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro decidiu exonerar nesta data, do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso em sua nova caminhada”, declarou o porta-voz.

De acordo com Rêgo Barros, a decisão de Bolsonaro de demitir Bebianno é de “foro íntimo do nosso presidente”. O porta-voz da Presidência também negou que o termo de exoneração do ex-secretário-geral já estava assinado por Bolsonaro. “Não foi antecipadamente assinado. O presidente assinará hoje mesmo”, garantiu.

Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno. Foto: Divulgação
Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno. Foto: Divulgação

Primeiro ministro a deixar o governo, Bebianno despachava no Palácio do Planalto e foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro no ano passado.

Bebianno é pivô da crise política instalada no PSL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. O ministro é acusado de ter liberado R$ 400 mil de dinheiro público, do fundo partidário do PSL, para um suposto esquema de candidaturas laranjas do partido, ou seja, candidatas que não fizeram campanha efetivamente, quando ainda era presidente.

Em denúncia no último dia 9 de fevereiro, o jornal “Folha de São Paulo” informou que o PSL repassou verbas públicas para uma candidata a deputada federal em Pernambuco e quatro em Minas Gerais, suspeitas de serem candidatas laranjas.

Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, concorreu ao cargo de deputada federal e recebeu R$ 400 mil, sendo a terceira maior beneficiada com verba do partido de Bolsonaro em todo o país, mas obteve só 274 votos.

A prestação de contas dela sustenta que 95% do valor recebido foi gasto para imprimir 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos em uma gráfica. No entanto, a reportagem do jornal esteve nos endereços indicados por Maria de Lourdes e não encontrou sinais de que ali tenha funcionado o estabelecimento indicado.

Bebianno, que negou responsabilidade sobre os repasses, ainda teria liberado R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, Érika Siqueira Santos. Parte do dinheiro foi repassado a uma gráfica registrada em endereço de fachada.

A expectativa é que a exoneração de Gustavo Bebianno seja publicada na edição regular do Diário Oficial da União desta terça-feira (19).

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