Bolsonaro compara crise com Rodrigo Maia a namoro: ‘Aberto ao diálogo’

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que está aberto para conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após Maia ter dito que deixará a articulação política pela aprovação da reforma da Previdência.

Do Chile, onde participa de um encontro com líderes sul-americanos Bolsonaro disse que não deu motivo para o parlamentar tomar essa atitude.

“Quero saber o motivo que ele está saindo”, disse Bolsonaro após deixar o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. “Estou sempre aberto ao diálogo. Estou fora do Brasil. Quero saber o motivo, só isso e mais nada. Eu não dei motivo para ele sair [da articulação]”, declarou Bolsonaro.

De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, Maia teria telefonado para o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira, e avisado que deixaria a articulação política da reforma. A decisão teria sido tomada após publicação de post do vereador Carlos Bolsonaro, com críticas a ele. Segundo a publicação, Maia ficou irritado e teria dito a Guedes que, se é para ser atacado nas redes sociais por filhos e aliados de Bolsonaro, o governo não precisa de sua ajuda. O presidente da Câmara é considerado peça chave do governo para a aprovação da reforma da Previdência.

Questionado sobre como tentaria convencê-lo a voltar, o presidente comparou a relação com o líder da Câmara a um namoro: “Só conversando. Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou? Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum”.

Jair Bolsonaro também minimizou as críticas do filho Carlos Bolsonaro, que criticou Rodrigo Maia por não dar prioridade agora ao projeto que prevê medidas para combater o crime organizado e a corrupção.

“Por que o presidente da Câmara está tão nervoso?”, questionou Carlos. “Será que esse foi o motivo? Se foi esse o motivo, eu lamento, mas isso não é motivo”, completou.

Ao jornal “O Globo” nesta sexta-feira (22), Rodrigo Maia sinalizou que vai esperar o Planalto tomar as rédeas da articulação política para coordenar a votação da proposta da reforma da Previdência.