Bolsonaro diz que cheque de ex-assessor para sua mulher foi pagamento de dívida

Jair Bolsonaro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Jair Bolsonaro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente eleito Jair Bolsonaro falou pela primeira vez sobre a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão do ex-assessor do deputado Flávio Bolsonaro, Fabricio Queiroz, identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai achar os R$ 40 mil”, disse em entrevista ao site “O Antagonista”, nesta sexta-feira (7).

Bolsonaro disse que os pagamentos foram feitos por meio de dez cheques de R$ 4 mil e que não registrou a operação no imposto de renda: “Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque
eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”.

Segundo Bolsonaro, Queiroz é seu amigo há 34 anos, desde os tempos da Brigada Paraquedista, quando era soldado. Ele passou em concurso da Polícia Militar do Rio de Janeiro e, mais tarde, foi contratado pelo gabinete do filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), deputado estadual eleito senador.

O presidente eleito disse ainda que só pretende reatar contato com o velho amigo depois que ele explicar ao Ministério Público Federal (MPF) a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão identificada pelo Coaf em sua conta no período 2016-2017.

O documento obtido pelo jornal “O Estado de São Paulo” mostra que as transações foram informadas ao Coaf porque são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” de Fabrício José Carlos de Queiroz, que enquanto assessor do gabinete de Flávio Bolsonaro até outubro deste ano recebia um salário de R$ 8.517. Uma das transações listadas é o cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama.

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, levantou dúvidas sobre a isenção do Coaf e disse que há interesses em desestabilizar a gestão de Bolsonaro.

“Setores estão tentando destruir a reputação do Sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo. (…) Onde é que estava o Coaf no mensalão, no petrolão?”, afirmou o ministro, que participou de um debate com empresários em São Paulo.

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