Bolsonaro ataca Rede Globo por fazer ‘crime’ e querer ‘fraudar provas’

Jair Bolsonaro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Jair Bolsonaro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Jair Bolsonaro acusou a Rede Globo de persegui-lo politicamente em meio a investigações que envolvem seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e outros ex-assessores indicados pelo filho do presidente.

“Quando alguém erra, a lei é aplicada. O processo dele está correndo em segredo de Justiça. O que justifica esse vazamento [de informações] para aquele grande grupo de televisão?”, disse ele em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da Rede Bandeirantes nesta terça-feira (24).

Bolsonaro também falou sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e acusou autoridades, sem provas, de prepararem ação contra um de seus filhos.

“Isso é um crime, o que eles estão fazendo. Tentaram armar para mim colocando o caso Marielle no meu colo. A nova intenção deles, não tenho como comprovar, é fazer busca e apreensão na casa de um filho meu. E fraudando provas! É o inferno da grande mídia”, criticou.

Na mesma entrevista ao jornalista José Luiz Datena, Jair Bolsonaro também se manifestou sobre a queda que sofreu no banheiro do Palácio do Alvorada na noite dessa segunda-feira (23). Ele disse que perdeu parcialmente a memória, mas que já tinha “recuperado muita coisa”.

Queiroz recebeu R$ 2 milhões de assessores de Flávio Bolsonaro, diz MP

O ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, recebeu mais de R$ 2 milhões por meio de assessores indicados pelo filho do presidente Jair Bolsonaro quando ele ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativo do Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público do Rio, os pagamentos foram feitos por meio de 483 depósitos de 13 assessores. As informações constam na decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio no relatório da promotoria sobre a operação de buscas e apreensões conduzidas nesta quarta-feira (18).

Ainda segundo o Ministério Público do Rio, 69% desses R$ 2 milhões foi repassado por depósito bancário de dinheiro em espécie, mas também foram utilizados transferências e depósitos de cheques.

Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução de Internet
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução de Internet

Além de arrecadar o dinheiro dos salários dos servidores de Flávio Bolsonaro, Queiroz também tinha a função de indicar familiares e pessoas de sua própria confiança para cargos no gabinete de Flávio.

Entre os indicados estavam a própria esposa dele, Márcia Oliveira de Aguiar, que atuava como cabeleireira mas tinha cargo no gabinete de Flávio Bolsonaro. Ela, no entanto, jamais retirou o crachá funcional para acessar as dependências da Alerj.

A ação foi realizada após o Supremo Tribunal Federal autorizar o compartilhamento de dados do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal com o Ministério Público sem autorização da Justiça.

O relatório do Coaf aponta movimentações financeiras de servidores e ex-servidores da Alerj e de pessoas relacionadas a eles que, segundo a investigação, são incompatíveis com a capacidade financeira dos citados.

Queiroz se tornou então o principal nome da investigação, que tem como alvos o próprio senador e outras 96 pessoas físicas e jurídicas. Todos tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados.

Em julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, suspendeu a investigação. Ele atendeu a um pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, que reclamou que as informações usadas pela Coaf não tinham autorização da Justiça. No início de dezembro, o STF liberou o compartilhamento de informações e a investigação recomeçou.

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