Bolsonaro associa HIV aos de ‘comportamento sexual diferenciado’ e é repudiado por LGBTs

Live de 1 de abril do presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução do YouTube

Em visita à cidade de Chapecó, Santa Catarina, nesta quarta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas restritivas de circulação como forma de combater o avanço da pandemia do novo coronavírus.

Ao falar do chamado “tratamento precoce”, Bolsonaro comparou o vírus da Aids, o HIV, com o da Covid-19, citando os métodos usados nos anos 80, quando o primeiro caso de Aids foi reconhecido no mundo, mais especificamente, em 1981, nos Estados Unidos.

“Eu acredito na ciência, mas a ciência por vezes demora. Naquela época, o que foi usado para combater o HIV? O coquetel do AZT. Era comprovado cientificamente? Não. Se não tivesse usado, não chegaríamos no futuro ao coquetel”, contou.

Em seguida, o presidente afirmou que o HIV era um vírus que atingia uma “classe específica, que tinha um comportamento sexual diferenciado”, relacionando a doença aos homossexuais. Veja:

Diante do discurso, diversas organizações ligadas aos direitos das comunidades LGBT se manifestaram repudiando a fala de Bolsonaro. Assim que surgiu, a Aids foi relacionada aos homossexuais, sobretudo masculinos, sendo chamada, inclusive, de o “Câncer Gay”. Com o avanço da doença e dos estudos, sabe-se que a enfermidade não tem relação com o gênero e sim com o comportamento na prática sexual ou infecção em tratamentos médicos, como transfusão de sangue, ou consumo de drogas injetáveis.

Atualmente, no Brasil, 920 mil pessoas vivem com HIV. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas, em tratamento, não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral. A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.

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