Bolsonaristas reagem contra reportagem que mostra envolvimento de parentes da primeira-dama com a Justiça
Reportagem explosiva da revista Veja desta semana diz que avó da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi presa por tráfico, a mãe teve processo por falsificação de documentos e um tio é acusado de envolvimento com milícia. Em solidariedade à primeira-dama aliados do presidente Bolsonaro criaram neste domingo, 18, no twitter, a tag #SomosTodosMichelle.
#SomosTodosMichelle
Uma mulher virtuosa é um grande tesouro. Feliz o homem que tem uma ao seu lado. Deus está sempre com ela… pois todos os seus atos estão de acordo com Ele. pic.twitter.com/SZnkpIJPnz— Ro de Maria (@ro_maju) August 18, 2019
Veja informa que Maria Aparecida Firmo Ferreira, 79 anos, avó da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, esteve envolvida com o tráfico de drogas. Arquivos da 1ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do Distrito Federal guarda o processo que detalha o dia em que Maria Aparecida Firmo Ferreira, então com 55 anos, foi presa em flagrante. Em 1997, a avó da primeira-dama era conhecida nas ruas como “Tia” e, segundo a polícia, sua principal atividade era vender drogas no centro de Brasília.
Uma Primeira Dama que traz de volta o sentimento da Pátria Mãe Gentil e a mídia vermelha ataca e fere pq não sabe perder… vergonhoso! Michelle é linda por dentro e por fora, por mais q tentem nunca apagarão seu brilho! #SomosTodosMichelle pic.twitter.com/t5mK1AQ1dz
— Andrea ᶜʳᶠ👉🏻🇧🇷❤🖤 (@dhearantes) August 18, 2019
No processo, ao qual VEJA também teve acesso, a avó da primeira-dama, depois de condenada, escreveu uma carta ao juiz confessando o crime e pedindo clemência: “É certo que transgredi a lei, mas o preço altíssimo que pago por meu delito transformou-me completamente. Sou uma senhora de princípios renovados”, dizia.
Em reportagem publicada também pela Veja, em abril, Maria Aparecida contou ter ajudado a criar Michelle, reclamou da ausência da neta e lamentava não ter sido sequer convidada para a cerimônia de posse do presidente Bolsonaro — nem ela nem a filha, Maria das Graças, a mãe de Michelle.
Por sua vez, ainda de acordo com a reportagem, Maria das Graças, mãe de Michele, igualmente esteve na mira da Justiça. Em 1988, quando Michelle tinha 6 anos, a polícia descobriu que sua mãe possuía dois registros civis — um verdadeiro e o outro falso. De acordo com o primeiro, o verdadeiro, Maria das Graças Firmo Ferreira nasceu no dia 11 de junho de 1959, tinha 1,60 metro e era filha de Ibraim Firmo Ferreira. No outro, o falso, não havia o nome do pai, o da mãe fora alterado (de Maria Aparecida Mendes para Maria Aparecida Firmo Ferreira), ela ficara nove anos mais nova (o ano de nascimento passou para 1968) e sua altura tinha aumentado em 13 centímetros (1,73 metro). Tratava-se, portanto, de outra pessoa.
A mãe
Veja apurou com familiares da primeira-dama que o distanciamento entre ela, a mãe e a avó se deu justamente por causa desses problemas do passado. Um parente que pediu anonimato contou que, pouco depois de Jair Bolsonaro decidir concorrer à Presidência, Michelle procurou a mãe para que ela resolvesse pendências que ainda existiam sobre sua documentação. Ofereceu ajuda, mas Maria das Graças recusou, e as duas se afastaram. A mãe nega qualquer desentendimento com a filha. “Eu não vou lá (no Palácio da Alvorada) porque não gosto de palácios e, para a Michelle vir aqui, é muita gente para vir junto e fica tudo muito difícil”, diz. “Estamos ótimas, é tudo mentira, fofoca.”
O tio
João Batista Firmo Ferreira, sargento aposentado da Polícia Militar de Brasília foi um dos poucos familiares de Michelle convidados para a cerimônia de posse do presidente Bolsonaro. É — ou era — o tio preferido da primeira-dama. Em maio passado, no entanto, ele foi preso, sob a acusação de fazer parte de uma milícia que age na Sol Nascente, onde mora com a mãe, Maria Aparecida, a avó de Michelle. De acordo com o Ministério Público, João Batista e mais sete PMs participariam de um esquema ilegal de venda de lotes na favela. Um delator contou que os policiais atuavam como o braço armado da quadrilha, dando suporte ao negócio irregular através de ameaças e até eliminação de desafetos. O sargento está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília.
Procurada, a primeira-dama não quis se pronunciar sobre os seus parentes.
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