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Blocos de Carnaval: e quando tudo dá certo!, por Sidney Rezende

Quem foi se divertir nos blocos de pré-Carnaval do Rio de Janeiro neste fim de semana testemunhou uma ação preventiva das forças de segurança, tanto por parte dos agentes da Polícia Militar como da Guarda Municipal, diferente dos outros anos. Desta vez mais inteligente, e consequentemente mais eficiente.

Da mesma forma, se viu nas ruas os fiscais da Prefeitura atuando como tem que ser, exigindo dos ambulantes o uso de coletes, tabela de preços das bebidas(bem caras!) à vista de todos e higiene em dia. Sobre a limpeza pública falemos mais adiante.

Vamos pegar o exemplo do tradicional bloco Suvaco do Cristo que desfilou seu charme no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Para ultrapassar os cordões de isolamento no curso da rua tinha um ritual, que ajudou a aumentar a segurança.

Formaram-se duas filas para revista pessoal: uma das mulheres, fila menor, mais rápida, com mais agentes femininas e outra para homens, um pouco mais lenta. Na das mulheres as guardas  davam uma olhada geral nas pochetes, mochilas e bolsas. E no caso dos homens os agentes passavam um detector de metais no contorno do corpo.
Alguns poucos foliões ficaram chateados porque “estariam atrasando” seus encontros com a folia. Exagero. O resultado da operação vinha em poucos minutos. E, pronto, todos liberados! Quer dizer, “todos”, não!

Espada

No centro da cidade a polícia encontrou gente portando canivetes, facas, armas e até uma espada afiada. Há de se convir que tudo isso não combina bem com o espírito da festa. Ainda assim, os punguistas que se aproveitam destas ocasiões tentam furtar celulares, dinheiro ou qualquer objeto de valor pela frente.
Estes furtos se repetiram em todo o Brasil. Mas o que pode fazer a Polícia? Prevenir, ficar atenta e agir. No caso do Jardim Botânico não se encontrou nenhum policial ao celular, a abordagem foi com educação, como tem que ser, e tudo correu bem.

O folião precisa ajudar a polícia e a limpeza pública.

Mas onde está a raiz desta lógica que se repete todos os anos do furto quando existe multidão, o  roubo de objetos, a ameaça hostil de poucos bandidos que acreditam que a festa é o melhor momento de externar suas práticas criminosas? Na impunidade, com certeza.

A Polícia tem o dever de fazer sua parte, mas a sociedade precisa fugir da infantilidade ao pensar que o cidadão não tem nada a ver com isso. Não, tem a ver e precisa denunciar, confiar e exigir rapidez da autoridade para tire de circulação estes que não estão ali para compartilhar alegria, mas sim, egoisticamente, se beneficiar da situação.

Limpeza pública

Peguemos outro exemplo, o da limpeza pública. Conforme os blocos evoluíram nas ruas, os garis, divididos em pelotões, vinham atrás para devolver o mais rápido possível a pista aos motoristas e pedestres. O trabalho da Comlurb foi muito bem feito.

O primeiro pelotão com potentes aspiradores já juntavam as folhas, papéis picados, serpentinas e confetes. Outro grupo varria e criavam montes para os que vinham atrás depositassem o entulho em caçambas, carros apropriados, caminhões e outros veículos. As máquinas utilizadas na operação funcionaram muito bem como as varredeiras, pipas d’água, vans motobomba com água de reúso e sopradores.

Mesmo assim, via-se pessoas que passavam ao lado de uma lata de lixo e jogavam a garrafa de vodka, lata de cerveja ou suas long necks com o líquido consumido no meio da rua. Por que estas pessoas não jogam na lata de lixo?

Só para este fim de semana, a Comlurb mobilizou 911 garis e 121 agentes de limpeza.

Para fechar: o roubo de latas de lixo, que os técnicos chamam de papeleiras, está muito alto no Rio de Janeiro. Impressiona esta triste estatística. Pedimos uma nota para a Comlurb sobre o assunto. Leia: “A cidade do Rio conta atualmente com cerca de 45 mil papeleiras. Em média, de 500 a 600 unidades são furtadas/vandalizadas por mês, ou cerca de 6.000 por ano. São registrados casos de vandalismo e furto em toda a cidade, do Leblon a Santa Cruz. O prejuízo aos cofres públicos chega a aproximadamente R $900 mil a cada ano, com base nos valores da última compra realizada (R $149,77 a unidade) Em 2022, entre reposições, trocas e novas instalações, foram colocadas 5.584 peças.

Durante o Réveillon deste ano, a Companhia constatou o furto de cerca de 20% – índice histórico de furto em grandes eventos – dos 1.000 equipamentos disponibilizados para uso do público na Praia de Copacabana. Vale ressaltar que cada contêiner furtado consome R$254,18 dos cofres públicos.”

Sidney Rezende

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Sidney Rezende
Tags: Blocos de CarnavalComlurbdestaqueGuarda MunicipalPMRJPolícia MilitarPrefeitura do RioSuvaco de Cristo

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