Aprovação da vacina da Pfizer nos EUA pode acelerar liberação no Brasil

Vacina da Pfizer/BioNTech. Foto: Reprodução/BioNTech

Vacina da Pfizer/BioNTech. Foto: Reprodução/BioNTech

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) aprovou, na noite desta sexta-feira (11), o uso emergencial da vacina da farmacêutica Pfizer contra o novo Coronavírus. Os estudos apontam que o imunizante tem eficácia de cerca de 95% para prevenir quadros de Covid-19.

Embora essa semana o ministro da Saúde do Brasil, General Eduardo Pazuello, tenha dito que a aprovação de um imunizante levaria 60 dias para passar pelas etapas de análise da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa dos especialistas é de que o resultado da FDA facilite o processo de aprovação do imunizante também em Brasília.

Via de regra, o registro pela Anvisa de um medicamento ou imunizante leva de quatro meses a um ano para ser concluída. Mas esse prazo não valeria para tratamentos e imunizantes contra a Covid-19. Isso porque o Congresso Nacional aprovou esse ano uma lei que determina que a Anvisa dê uma resposta em 72 horas.

Para a médica epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente dos Programas de Epidemiologia Aplicada do Instituto Sabin de Vacinas, conseguir uma aprovação da FDA tende a facilitar e muito a aprovação na Anvisa.

Em entrevista ao UOL, ela explica que a agência é um órgão de extrema credibilidade, e embora tenham dado o nome de emergencial para o registro, é seguro que eles não tomaram nenhum atalho na avaliação dos dados. Além disso, para a médica, esperar 60 dias para aprovação é algo inadmissível devido à situação de pandemia que vivemos.

Segundo Garrett, a FDA foi a única agência até o momento a exigir que a Pfizer, assim como as outras farmacêuticas produtoras de vacina, acompanhassem os voluntários.

Todo esse processo que tornou a FDA uma das agências reguladoras mais respeitadas do mundo também levou tempo e fez com que os EUA fossem apenas o quarto país ocidental a ter a vacina disponível. Isso irritou o presidente Donald Trump, que há pouco mais de um mês perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden.

Durante a campanha, Trump chegou a prometer que a vacina chegaria à população antes de os americanos irem às urnas, em 3 de novembro. Por isso, o republicano foi acusado de tentar fazer uso político dos imunizantes.

Pelo Twitter, na sexta-feira, Trump escreveu, direcionando a mensagem para o líder da FDA Stephen Hahn: “Libere as malditas vacinas AGORA. Pare de fazer joguinhos e comece a salvar vidas”.

Com o aval agora da FDA, as doses devem começar a ser aplicadas a partir da semana que vem nos EUA, primeiro em idosos que vivem em casas de repouso e em profissionais da saúde que atuem na linha de frente no combate à pandemia.

Embora Reino Unido, Canadá e México tenham saído na frente na aprovação da vacina por seus órgãos reguladores, o resultado do processo na FDA era aguardado pela comunidade científica no mundo todo porque o trabalho da agência é visto como uma referência para a atuação de agências de outros países.











 

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