Após polêmicas, Bolsonaro exonera Vélez e anuncia economista no MEC
Após intensas polêmicas envolvendo o Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro decidiu anunciar nesta segunda-feira (8) a demissão de Ricardo Vélez. Assume a pasta o professor Abraham Weintraub.
“Abraham possui mestrado em Administração na área de Finanças pela FGV e MBA Executivo Internacional pelo OneMBA, com título reconhecido pelas escolas: FGV/Brasil, RSM/Holanda, UNC/Estados Unidos, CUHK/China e EGADE-ITESM/México. Tem ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Weintraub foi executivo do mercado financeiro, atuou no grupo Votorantim e foi membro do comitê de Trading da BM&FBovespa. Em 2016, coordenou a apresentação de uma proposta alternativa de reforma da previdência social formulada pelos professores da Unifesp. Weintraub atua como secretário executivo da Casa Civil, sob o comando de Onyx Lorenzoni. Ele assumirá o lugar do colombiano Ricardo Vélez.
“Aproveito para agradecer ao Prof. Velez pelos serviços prestados”, acrescentou o presidente.
As polêmicas envolvendo Ricardo Vélez Rodríguez
Ricardo Vélez durou menos de 100 dias no governo como ministro da Educação. Nesse período ele demitiu 92 pessoas do alto escalação do MEC deixando o ministério em total paralisação, chegando a ameaçar inclusive o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Na semana passada, o presidente indicou que decidiria o status do cargo nesta segunda e confessou que o ministro “não está dando certo”.
No último dia 26, por exemplo, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, foi exonerado, após a publicação de uma portaria que adiava para 2021 a avaliação da alfabetização de crianças. A medida foi revogada.
Outra iniciativa de Vélez permitiria a compra de livros com propagandas ou até mesmo erros de português. O edital foi anulado.
Em fevereiro, o então ministro disse à revista “Veja” que o brasileiro é um “canibal”. “Rouba coisas de hotéis, rouba o assento do salva-vidas do avião. Ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”, afirmou.
Também no final daquele mês ele assinou uma carta para ser enviada a diretores de escolas pedindo a filmagem de crianças cantando o hino nacional e que proferirem o slogan da campanha de Bolsonaro – “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.
O ministro disse que a declaração sobre os brasileiros foi infeliz. No caso da carta, ele também reconheceu o erro de fazer o pedido sem autorização dos pais.
Vélez esteve na desta segunda-feira (8) no Palácio do Planalto, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, e deixou o local pela saída privativa, sem falar com a imprensa.
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