Após perder R$ 72 bilhões em valor de mercado, Vale anuncia doação de R$ 100 mil para famílias de vítimas

Equipes de resgate em Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

Equipes de resgate em Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

Em reação do mercado à tragédia em Brumadinho, a ação da Vale caiu 24% nesta segunda-feira (28) na Bolsa de São Paulo. A perda de R$ 71 bilhões é a maior da história do mercado de ações brasileiro, segundo dados da Economatica.

A empresa anunciou que seu conselho de administração decidiu suspender o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus). Desde o incidente, 4 decisões judiciais já bloquearam R$ 11,8 bilhões em recursos da Vale, além de multas no total de R$ 350 milhões.

Em entrevista coletiva concedida pelo Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani Pires, a Vale anunciou novas medidas de apoio financeiro e psicológico às famílias das vítimas e de redução dos impactos causados pelo rompimento da Barragem I da mina Córrego do Feijão.

A Vale vai doar R$ 100 mil para cada família que teve um parente morto na tragédia gerada com o rompimento da barragem. As doações serão repassadas a partir desta terça-feira (29). Segundo a empresa, trata-se de doação, e não de indenização. Paralelamente, foram contratados psicólogos e assistentes sociais do Hospital Albert Einstein para assistência às vítimas do acidente na região.

Equipes de resgate em Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
Equipes de resgate em Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

Questionado sobre a queda de 24% das ações da Vale na Bolsa de São Paulo, Siani disse que o foco das preocupações é outro: “O foco é na mitigação do sofrimento.”

O diretor da Vale afirmou ainda que não tem competência para avaliar as sugestões de mudança no comando da Vale. Segundo Siani, o tema “compete ao Conselho de Administração”.

“Todos esses assuntos são de menor importância, todo o foco está nas pessoas e no meio ambiente. A família Vale está dilacerada e está sofrendo”, disse Siani.

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