Após cortes em várias áreas, Bolsonaro quer triplicar verba de publicidade

Presidente Jair Bolsonaro e Ministro das Comunicações, Fábio Faria. Foto: Reprodução de Internet

Após propor cortes no salário mínimo, Saúde, Educação e Segurança Pública, o presidente Jair Bolsonaro quer reservar R$ 495,5 milhões no Orçamento do próximo ano para comunicação institucional.

O valor é praticamente a soma do que foi gasto nesta área do Orçamento em 2018 e 2019 e uma forte expansão frente às despesas previstas inicialmente para 2020, que foram de R$ 124,5 milhões.

A verba de publicidade do governo passou para as mãos do atual ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Sílvio Santos, dono do SBT, e deputado do PSD, indicado ao cargo em junho para agradar o centrão, no Congresso.

O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu, em agosto, através de auditoria, que faltam critérios técnicos para a distribuição de verbas publicitárias a TVs abertas. Na prática, o governo tem escolhido onde e como gastar o dinheiro de publicidade oficial, e já chegou, inclusive, a gastar milhões anunciando a reforma da Previdência, por exemplo, em canais infantis.

Em 2019, foram gastos aproximadamente R$ 230 milhões em publicidade oficial, valor bastante inferior ao que Bolsonaro deseja guardar para o ano que vem. O Ministério das Comunicações não detalha os gastos nem tampouco justifica o aumento expressivo, que representaria praticamente somar os gastos de 2019 e de 2020 com publicidade.

A verba do governo federal para publicidade oficial é alvo de investigação da Polícia Federal, que apura suspeitas sobre Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal do Brasil (Secom), acusado de corrupção e peculato. Wajngarten não foi afastado do governo, mas sim movido de posto. Hoje, ele ocupa a secretaria-executiva do recriado Ministério das Comunicações.










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