Cheryl Berno. Foto: Acervo pessoal

Cheryl Berno

Advogada, Consultora, Palestrante e Professora. Especialista em direito empresarial, tributário, compliance e Sistema S. Sócia da Berno Sociedade de Advocacia. Mestre em Direito Econômico e Social pela PUCPR, Pós-Graduada em Direito Tributário e Processual Tributário e em Direito Comunitário e do Mercosul, Professora de Pós-Graduação em Direito e Negócios da FGV e da A Vez do Mestre Cândido Mendes. Conselheira da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro.

Anvisa suspende carbendazim que causa câncer e mutação genética

Agrotóxicos. Foto: Divulgação

Agrotóxicos. Foto: Divulgação

A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, uma autarquia pública que aprova medicamentos e outras substâncias, autorizou o uso de muitas substâncias que podem causar doenças e morte, dentre as quais a carbendazim, uma substância fungicida, agrotóxica, amplamente utilizada na plantação de arroz, feijão, milho, soja e outras culturas de alimentos consumidos pelo povo brasileiro diariamente. Esta e outras substâncias atualmente vendidas com autorização do órgão, estão em reavaliação desde 2019 por determinação da justiça, porque podem causar câncer, produtos reprodutivos e até uma mutação nos genes, transmissível para outras gerações.

A Anvisa aprovou o uso mas, está fazendo uma reavaliação para ver se proíbe estes e outros agrotóxicos que podem matar ou deixar as pessoas doentes, quem come a comida e quem trabalha com os produtos. Embora já tenha parecer técnico baseado em evidências científicas, a diretoria adiou mais uma vez a a decisão de suspender definitivamente, mas ao menos suspendeu o uso até que resolva a questão como determinou o juiz.

De acordo com a Agência, a análise dos itens da lista pode levar ao banimento de um produto ou pode mantê-lo em comercialização com a adoção de medidas para reduzir os riscos decorrentes do seu uso. A reavaliação também poderá levar à decisão de manter o produto em circulação sem nenhuma nova recomendação. No documento dos técnicos da Anvisa consta que “caso a diretoria da Anvisa opte por não atuar, a população estará em risco em razão da exposição a uma substância que, por suas propriedades, deveria ser proibida conforme a legislação vigente”.

A empresa Bayer perdeu R$ 145 bilhões em 125 mil processos de consumidores norte-americanos sob a acusação de usar o o glifosato em um dos seus produtos. Depois parou de utilizar nos Estados Unidos, mas no Brasil o veneno continua sendo permitido.  Só em um caso a Bayer foi condenada a pagar R$ 80 milhões para um morador da Califórnia que usou o herbicida Roundup da Monsanto, comprada pela empresa, e alegou que teve câncer em razão do uso.

O brasileiro nem percebe que muita coisa que ele toma e come legalmente pode causar problemas genéticos, câncer, impedir a reprodução humana e levar até à morte. Tudo legalmente aprovado pela Agência brasileira de vigilância sanitária. A agro não precisa ser tóxica.

Fonte:

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/reuniao-extraordinaria-da-diretoria-da-anvisa-discute-reavaliacao-do-carbendazim

Bayer é condenada a pagar US$ 80 milhões por glifosato

 

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