Aliados de Bolsonaro temem novos áudios; oposição pede investigação

Jair Bolsonaro em evento da PF. Foto: Marcos Corrêa/PR

Jair Bolsonaro em evento da PF. Foto: Marcos Corrêa/PR

A divulgação de áudios em que o ex-ministro Milton Ribeiro cita Jair Bolsonaro, deixou aliados do presidente preocupados, caiu como um bomba no meio político e movimentou as redes sociais do campo progressista. Usuários do Twitter mobilizaram uma hashtag “Bolsonaro preso amanhã” como forma de cobrar investigação do caso.

Nas gravações, Milton Ribeiro conversa com a filha e indica que foi informado por Bolsonaro sobre uma possível operação policial em sua casa, o que pode comprometer o mandatário da República diante das investigações da Polícia Federal sobre corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa no comando do MEC.

Aliados do Planalto temem a possibilidade da existência de novos áudios em que Milton Ribeiro faça outras revelações que comprometam Bolsonaro no vazamento de informações sobre a operação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-ministro.

De acordo com a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”, a cúpula da campanha de Bolsonaro teme que a que a criação de uma CPI “leve a mais escândalos e tumultos no governo. Um depoimento bombástico ou uma delação premiada de algum dos pastores presos também poderiam causar um estrago irreversível na campanha”.

Oposição se movimenta

O senador Randolfe Rodrigues protocolou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquérito para investigar possíveis interferências do presidente na PF. Na ação, Randolfe pede que a ação investigue conduta de sigilo e obstrução de Justiça de Bolsonaro.

O deputado e líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, disse que apresentou aditivo em notícia crime encaminhada para a ministra Carmen Lúcia. O PSOL apresentou requerimento de convocação do ministro para ele comparecer ao plenário da Câmara.

A deputada Joice Hasselmann, do PSDB, disparou: “É CRIME! @jairbolsonaro ligou para o investigado Milton Ribeiro para avisar sobre busca e apreensão em sua casa. Deu tempo para ajeitar tudo. É também crime avisar o presidente da República. Como este ministro da Justiça ainda está no cargo?! O ministro da Justiça tem que dar o nome de quem passou a informação para Bolsonaro. Basta! O presidente se serve do Estado e segue impune.”

Defesa de Bolsonaro se posiciona

O advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que o presidente não interferiu na Polícia Federal e não tem “nada a ver com essas gravações”. “O que se tem por ora é: Milton Ribeiro está usando o nome do presidente de forma indevida, sem autorização. Ele que responda pelos atos dele, ele que se explique”, declarou Wassef.

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