Adolescente é retirada da mãe pelo Conselho Tutelar após participar de ritual do candomblé

Ritual de Candomblé. Foto: Reprodução de Internet

Uma adolescente foi retirada dos pais após participar de um ritual de iniciação no candomblé. A atividade foi denunciada pelos familiares da jovem no Conselho Tutelar da cidade Araçatuba, que fica no interior de São Paulo, como “maus tratos e abuso sexual”.

Uma das denúncias foi movida pela avó da jovem, que é evangélica. Com isso, de acordo com reportagem do UOL, a defesa da família afirma que o caso é de intolerância religiosa.

A primeira visita do conselho ao terreiro onde a menina fazia seu ritual de iniciação – espécie de “batismo” do candomblé – que envolve raspar a cabeça e ficar até 21 dias no local – ocorreu no dia 23 de julho. A jovem chegou a relatar aos conselheiros e policiais que não estava sofrendo qualquer tipo de abuso.

Mãe e filha, no entanto, foram levadas para a delegacia. A jovem precisou passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), que não encontrou nenhum tipo de hematoma ou lesão.

Contudo, familiares continuaram a denunciar a atividade religiosa da jovem. Dessa vez, registraram um boletim de ocorrência alegando que a menina estava sendo mantida à força no terreiro e sob condições abusivas.

O caso, por fim, foi novamente denunciado na Promotoria. Familiares alegaram que houve lesão corporal por causa do cabelo raspado. A Justiça então transferiu a guarda para a avó materna e, há uma semana, mãe e filha só conversam por celular e se veem durante visitas curtas.

“O pior de tudo é que em nenhum momento ouviram minha filha ou a mim. Simplesmente a tiraram de mim. Eu nunca a obriguei a nada, esse sempre foi o sonho dela. Ela está chorando a todo momento, me liga de dez em dez minutos querendo vir para casa”, conta a mãe, que é frequentadora do candomblé há dez anos.

O caso segue em segredo de Justiça. A mãe quer a guarda de volta e aguarda o agendamento de uma audiência em que será ouvida pelo juiz, mas que ainda não tem data para acontecer. O Conselho Tutelar da cidade e a família da menina não quiseram se pronunciar.










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