A Robotização das Fakes News em tempos de eleição

Fake News/Urna Eletrônica. Foto: Reprodução

Fake News/Urna Eletrônica. Foto: Reprodução

Com a possibilidade de um segundo turno acirrado nas principais capitais do país, nas eleições municipais de 2020, o tema “Fakes News” e “Robotização das Notícias nas redes sociais” voltou a ser um assunto de destaque também na grande mídia.

Diante deste cenário de incertezas eleitorais e de polarização entre duas frentes antagônicas no campo político, algumas campanhas fazem uso de robôs para espalhar boatos. Uma utilização “desviada” da Inteligência Artificial, segundo o especialista no assunto, o mestre em Engenharia da Computação e CBO da All BI Technologies, Oscar Asakura.

“A Inteligência Artificial refere-se à simulação da inteligência humana em máquinas que são programadas para pensar como humanos e imitar suas ações, assim será possível que esta ferramenta apresente novos caminhos, e ajude a construir soluções, mas é importante que se faça de forma conjunta com a governança e a gestão de dados, de forma correta e ética”, explicou Asakura, completando: “A real função da Inteligência Artificial é proporcionar a possibilidade de uma inovação disruptiva em benefício da sociedade”.

Para Asakura, a análise dos dados dos perfis dos usuários das redes sociais é normal no mercado 4.0: “Hoje, a maior riqueza da humanidade está nos dados. As pessoas cedem, gentilmente, às empresas estes dados na hora em que fazem circular textos, fotos, vídeos. O banco de dados é valioso, mas também é valioso saber o que fazer com ele, tecnicamente e eticamente. Por isso foi sancionada em setembro a LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados.

No mercado 4.0, o tratamento e a análise destes dados acabam ajudando a montar perfis de públicos consumidores para as empresas, que disparam propagandas específicas de produtos de interesse do “possível” cliente. De uma forma parecida, os “bots políticos” (software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão) enviam mensagens sobre um candidato, relacionando informações falsas, denegrindo a imagem e a reputação do mesmo, para um eleitor que está mais pré-disposto a aceitar tal versão.

“Isso aconteceu nas eleições americanas em 2016, aconteceu aqui em 2018… E o eleitor deve ficar de olho no que recebe e de quem recebe. Não se faz robotização com pouco dinheiro. Se gasta muito com isso. Deve ser muito bom para quem investe nisso ganhar a eleição, seja empresário, seja o candidato”, definiu Asakura, lembrando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está mais atento este ano sobre as Fakes News e que há alguns sites de muita credibilidade, que são capazes de aferir se a informação é falsa ou verdadeira. Cabe ao eleitor, conferir.

* Artigo de autoria de Oscar Asakura – Engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP com Mestrado em Engenharia da Computação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Especialista em Inteligência de Dados e Vida Artificial.










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