Rodrigo Tacla Duran entrega fotos e gravações; Moro e Deltan são os alvos

Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Foto: Rovena Rosa/Fernando Frazão/Agência Brasil

Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Foto: Rovena Rosa/Fernando Frazão/Agência Brasil

O advogado Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro em favor da empresa Odebrecht quando trabalhava para a construtora. Ele foi ouvido nesta segunda-feira (27) pela 13ª Vara Federal de Curitiba, pelo juiz Eduardo Appio.

No depoimento, denunciou o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol de estarem envolvidos em caso de extorsão, do qual seria uma suposta vítima. Ao final da oitiva, Appio decidiu enviar a acusação para o Supremo Tribunal Federal. Moro e Deltan serão investigados pela Polícia Federal.

De acordo com Tacla Duran, em 2016 o advogado Carlos Zucolotto Júnior teria exigido o pagamento 5 milhões de dólares para que pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a Lava Jato. Na conversa, feita por aplicativos de mensagens e da qual Duran alega ter capturas de tela, Zucolotto Júnior teria apontado que DD (Deltan Dallagnol) acertaria os termos do acordo. Cerca de um mês se passou até que Duran fizesse uma transferência de 613 mil dólares para o escritório de Marlus Arns.

Marlus atuava com Rosângela Moro em casos que envolviam a Apae e em processos relativos à chamada Máfia das Falências. Zucolotto era sócio da esposa de Moro e foi seu padrinho de casamento. Duran afirma que após a negativa de extorsão, teria sido ameaçado por um outro delator, além de acusar o Ministério Público de utilizar subterfúgios para impedi-lo de prestar depoimentos.

“Com relação a Deltan Dallagnol e outros procuradores, inclusive coloquei na petição, que insistem em manter contatos extra conduto legal para continuar me perseguindo aqui na Espanha e em outros países. Ele se comunicava, tem provas nos autos, e tem uma questão de delator me ameaçando, por isso a urgência. Inclusive nessas trocas de mensagens foi comunicado que eu estava sendo ameaçado nos EUA por um relator. Precisa saber se o delator era a mando deles ou não, porque nada foi feito e as provas estão na própria petição. Fui testemunha em uma série de países onde há cooperação internacional sobre os casos da Odebrecht. Fui testemunha no Panamá, Argentina, Peru, Suíça, Andorra, vários países. É a primeira vez que sou ouvido no Brasil. Estou em causa própria nesse processo há um ano e pouco. E os subterfúgios processuais utilizados até agora para que eu não fosse ouvido são diversos”, relatou em determinado trecho do depoimento.

Tacla Duran ainda entregou fotos e gravações referendando as acusações que faz contra o senador e o deputado Federal. Procuradores pediram que os documentos sejam preservados sob sigilo nível quatro, um dos mais restritivos.

O depoimento foi encerrado para “evitar futuro impedimento”, uma vez que foram citados os nomes de parlamentares. Assim, o juiz determinou “certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal”, já que ambos têm foro privilegiado.

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