Brasil conseguiria vacinar 60 milhões por mês, diz fundador da Anvisa

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil

Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, afirmou que o Brasil poderia concluir a vacinação contra Covid-19 neste semestre, se o governo federal tivesse negociado com antecedência a compra de vacinas, como fez o Chile. Cinco capitais suspenderam a vacinação por falta de doses.

O estudioso calculou que o Sistema Únido de Saúde (SUS) tem condições de administrar 3,04 milhões de vacinas contra a Covid-19 por dia, o que daria cerca de 60 milhões de vacinados por mês, considerando 20 dias úteis.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, existem 159,1 milhões de brasileiros com mais de 18 anos. Com base neste número, seria possível concluir as duas doses em meados de julho.

“Temos hoje 38 mil unidades básicas de saúde com pelo menos uma sala de vacinação com geladeira especializada em módulos, que conserva a temperaturas de 2 a 8 graus. Na pior das hipóteses, se vacinarmos 10 pessoas por hora, num dia de trabalho de 8 horas, dá 80 vacinas. Então, eu tenho condição teórica de vacinar 3 milhões de pessoas por dia útil. Isso para 20 dias úteis, tenho condições de vacinar, em um mês, sem fazer muito esforço, 60 milhões de pessoas”, disse Vecina Neto, que já foi secretário municipal de Saúde de SP, entre 2003 e 2004, e secretário Nacional de Vigilância Sanitária, no Ministério da Saúde.

Pouco depois de iniciar o seu programa de vacinação contra a covid-19, o Brasil já figurava entre os 10 países com maior número absoluto de imunizados, embora tenha largado atrás de nações europeias e de países sul-americanos, como Argentina e Chile. Mas a rapidez garantida pela experiência do Sistema Único de Saúde (SUS) com vacinações esbarra na falta de vacinas e planejamento.










Comentários

 




    gl