‘Você tem inveja da minha cor’, diz morador de condomínio de luxo a motoboy

Homem branco desfere ataques racistas contra motoboy. Foto: Reprodução de Internet

Circula nas redes sociais um vídeo em que um motoboy é humilhado e sofre preconceito do morador de um
condomínio de luxo em Valinhos, São Paulo, aonde foi fazer entrega.

Nas imagens, é possível ver o morador insultando o rapaz, chamando-o de lixo, semianalfabeto e ainda dizendo que o mesmo tinha inveja do condomínio em que ele mora e da sua cor, com gesto racista característico apontando o braço.

O morador diz ainda que nasceu rico e que o nome dele está escrito na bíblia. Ele tenta de todas as formas humilhar o trabalhador negro, chamado Matheus Pires: “Seu lixo, quanto deve ganhar por mês,  hein? Dois mil reais? Não deve ter nem onde morar”.

Matheus, que no início do vídeo se mantém de cabeça abaixada, reage às agressões, dizendo que o morador não o conhece, muito menos sabe de sua condição social. Ele também pergunta se o morador trabalhou para conseguir o patrimônio que tem ou se teria herdado da família. Não há informações até agora sobre o motivo pelo qual a discussão começou.

O caso aconteceu no dia 31 de julho e as imagens começaram a circular na internet nesta sexta-feira (7). O assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter nesta sexta-feira (7). O condomínio fica no bairro Chácaras Silvania.

Uma senhora, que se apresenta como mãe de Mateus, publicou junto ao vídeo um desabafo: “Bom dia, vamos deixar esse escroto de camiseta azul famoso, pois ele foi racista com um entregador que estava apenas fazendo o seu trabalho. Esse ser xingou e humilhou um trabalhador se achando melhor que ele, por morar em um condomínio de luxo. Pois saiba ninguém é melhor que ninguém por ser rico ou ser branco. E como é de família rica isso vai acabar no esquecimento como sempre acontece, então por isso resolvi postar o vídeo. Isso é racismo e é crime. Esse entregador é meu filho, um trabalhador honesto, que não precisa sentir ou ter inveja de um escroto como esse, pois mesmo tendo dinheiro pra comprar tudo o que quiser, jamais comprará a educação, o respeito. Pois isso vem de berço. Dinheiro não compra isso jamais.”  

No Brasil, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. Até a publicação desta nota, a identidade do agressor ainda não tinha sido revelada.

Assista:










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