Imperatriz 2020: Aos gritos de campeã, escola confirma favoritismo em desfile impecável

Desfile Imperatriz 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

Deu Lalá!

Fazendo uma releitura de seu próprio enredo do Carnaval de 1981 e agora tendo Leandro Vieira como carnavalesco, a Imperatriz fez da Marquês de Sapucaí um grande palco iluminado. O desfile da Verde e Branca foi alegre e comprovou que o que seu samba diz sobre ser feliz todos os dias pode e é real. Por tamanha dedicação e felicidade, pode-se afirmar que, sim, deu Lalá!

Fala, Rachel!

“Como era de esperar, a Imperatriz sobrou na Série A. Que lindeza o Lamartine versão 2020 de Leandro Vieira! Alegre, delicado, perfeito. Outra grande alegria da Imperatriz foi ouvir Preto Joia. A Imperatriz sem ele é menor, apesar de o excelente Artur Franco honrar o posto. Mas nostalgia é nostalgia.”

Fala, Luiz!

“Imperatriz impecável. Nem preciso falar nada. É de longe a grande campeã, retornando ao Grupo Especial. A gente percebe que ela não devia estar aqui. Ela deixou claro que é uma grande escola e isso foi apenas um percalço. Foi impecável. O Leandro sobrou. Se você pegasse esse desfile da Imperatriz, embalasse e guardasse ele para o ano que vem, no Grupo Especial, ela faria um belíssimo trabalho.”

Comissão de frente

A comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense representou a alegria dos antigos carnavais. Os bailarinos trajados com as clássicas vestimentas de bate bola apresentaram passos simples que remetiam aos tempos mais velhos de folia.

O saudosismo tomou conta da Avenida através das fantasias, passos e principalmente pelo cheiro típico dos grupos de bate bolas do Rio de Janeiro.

Márcio Moura, especialista em comissões de frente e comentarista do SRzd no quesito, elogiou a transformação do simples para o maravilhoso.

“Hélio e Beth Bejani trouxeram uma coreografia que no primeiro olhar tinha uma atmosfera saudosista das comissões da década de 80. Mas em frente aos Jurados, os coreógrafos mostraram a sua marca: versatilidade e criatividade. Do simples surgiu uma maravilhosa historia. E sim… comissão precisa apresentar a escola. Mas deve entreter também. Pontos para a dupla.”

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro fizeram um desfile impecável. Do início ao fim o casal manteve o lindo bailado, o brilho no olhar e o sorrisos no rosto. Era nítida a felicidade e encantamento de ambos durante a passagem pela Avenida.

Diferente do ano passado, aparentemente as fantasias do casal estavam mais leves e isso possibilitou que o bailado fosse mais livre, o que os deixou visivelmente mais tranquilos.

Eliane Souza, comentarista do quesito pelo SRzd, disse que o casal foi muito eficiente e integrado com o público.

“Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro trouxeram para a passarela toda a potência do bailado do mestre-sala e da porta-bandeira em sua coreografia ancestral. Sem acréscimos ou interferências de outras danças, nem inclusão de gestual alheio ao bailado, o casal executou a dança de forma espetacular.
O mestre-sala realizou os movimentos obrigatórios com extrema delicadeza e muita segurança, sempre conduzindo a dança e a porta-bandeira manuseando de forma vigorosa o bastão.
O casal se apropriou do espaço para dança, em perfeita integração com o público sendo muito aplaudido durante todo o percurso.
Podemos observar a realização eficiente dos movimentos coordenados do par e as suas finalizações bem feitas.
Suavidade, fluência e expressividade, aliadas ao conhecimento da coreografia de cada um dos sambistas fizeram da performance do par um espetáculo magnífico.
A apresentação do pavilhão aos julgadores foi feita com a utilização dos passos, gestos e movimentos obrigatórios de forma moderna e com muita reverência.

Um show de passagem pela avenida!

Destaco a presença potente e honradíssima do segundo casal da escola Marcílio Diamante e Elaine Fernanda, que seguindo a mesma linha do primeiro casal apresentaram o bailado original, com leveza e muita simpatia.”

Alegorias e adereços

A plástica da Imperatriz foi, sem dúvidas, a melhor da noite. Embora tenha sido simples, a escola passou com carros altos e coloridos. Foi um desfile digno de Grupo Especial.

As alegorias passaram todas as mensagens necessárias para que o público pudesse entender de primeira do que se tratava cada setor da escola.

Segundo Wallace Safra, comentarista do SRzd, o conjunto da escola foi muito bom e coerente.

“Alegorias e adereços coerentes foi a marca do desfile da Escola. Apresentando um resultado plástico simples, funcional e de fácil leitura, tudo foi bem realizado e bem desenvolvido.
Apesar de algumas alegorias da escola ter apresentado problemas técnicos com iluminação, em nada a agremiação perdeu plasticamente em seu resultado final.
Conjunto muito bom e coerente.
Destaque para a imponência do abre alas.”

Fantasias

As fantasias do desfile eram leves e em sua maioria em tons claros. O acabamento das indumentárias em nada deixou a desejar ao restante da escola.

A leveza das fantasias possibilitou que os componentes ficassem mais livres e despreocupados com incômodos que as mesmas poderiam trazer.

Wallace Safra destacou a transição entre as alas e também os figurinos do primeiro casal.

“O desenvolvimento das fantasias foi coerente, limpo, homogêneo e plasticamente impecável. De forma assertiva os figurinos estavam leves e artisticamente singulares. Com um bom resultado de costeiros em acetato e plumagem artificial, permitiam movimentos aos componentes sem perder o resultado plástico proposto pelo carnavalesco.
Conjunto impecável e de muito bom gosto.
Destaque para a transição harmônica entre as alas e para os figurinos do primeiro e segundo casal de mestre sala e porta bandeira.”

Enredo

Reeditando o enredo de 1981, o carnavalesco Leandro Vieira homenageou o grande compositor Lamartine Babo, dono de canções, marchinhas e hinos de clubes cariocas de futebol.

Com muita irreverência e bom humor, a Imperatriz desenvolveu seu enredo debruçada a biografia do compositor e também na celebração popular e cultural que é o Carnaval de rua. O tema foi muito bem passado na Avenida e foi lido com facilidade pelo público.

Samba-enredo

Composto por Zé Katimba, Serjão e Gibí, o samba já conhecido há 39, mostrou que o tempo não apagou a memória do público. O refrão contagiante da Imperatriz levou as pessoas presentes ao delírio.

Com toda certeza, esse samba é um dos melhores da Série A. Além, é claro, de despertar o sentimento de saudade em muitos que viveram ou curtem as eras mais antigas do carnaval.

Bateria

A bateria de Mestre Lolo deu um verdadeiro show no segundo dia de desfiles da Série A. Assim como o restante da agremiação, a Swing de Leopoldina caprichou e apostou no saudosismo ao fazer uso de alguns arranjos dos anos 80.

Fazendo sua estreia à frente da bateria, Iza abrilhantou ainda mais a noite. Vestida de musa divinal, a cantora destacou-se e somou com os ritmistas.

Segundo Cláudio Francioni, especialista em bateria e comentarista do SRzd, a bateria desfilou em andamento confortável e se destacou na noite de sábado.

“Mais um desfile espetacular da bateria de Mestre Lolo, que sabiamente economizou nas bossas e deixou brilhar a obra prima “Só dá Lalá”. A Swing da Leopoldina desfilou com um andamento confortável e aproveitou alguns arranjos que foram executados em 1981, como trechos do desenho de tamborim. Em frente aos módulos executou as paradinhas com perfeição.”

Harmonia

Animação foi o que não faltou aos componentes da Imperatriz Leopoldinense, todas alas cantaram forte e com muita vontade. A escola parecia estar sendo movida pela enorme vontade de voltar ao Grupo Especial e desfilou com o empenho e elegância de como lá já estivesse.

Com muita organização e limpeza, a Verde e Branca fez um desfile único e incomparável.

Evolução

Sem tempo estourado e nada que pudesse prejudicar sua volta ao Especial, a Imperatriz cumpriu seu desfile com tranquilidade. O conjunto da obra foi extremamente satisfatório, desde a comissão de frente, até o último carro.

A escola se manteve organizada e coerente ao seu enredo em todas as alas, com seus setores bem divididos e alinhados.

Ficha técnica

Enredo: Só Dá Lalá
Presidente: Luiz PachecoDrumond
Carnavalesco: Leandro Vieira
Intérprete: Arthur Franco e Pedro Jóia
Mestre de Bateria: Lôlo
Rainha de Bateria: IZA
Comissão de Frente: Beth e Hélio Bejani
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro

Nota da galera

A cobertura dos desfiles do Carnaval RJ do SRzd tem o apoio de: