Bolsonaro autorizou repasses de fundos a Bivar para entrar no PSL, diz Bebianno
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, Gustavo Bebianno, prestou depoimento à Polícia Federal a respeito das acusações de “candidaturas-laranjas” do PSL nas eleições de 2018 e ligou o nome do atual presidente ao esquema.
Segundo Bebianno, Bolsonaro chancelou repasses do fundo eleitoral para o diretório de Pernambuco, comandado por Luciano Bivar, para conseguir entrar no partido.
De acordo com o presidente interino do PSL durante as eleições de 2018, ficou acordado entre Bolsonaro e Bivar que 30% do fundo eleitoral disponibilizado ao partido iria para o diretório de Pernambuco. A justificativa era de que o partido nasceu em Pernambuco e tinha, ali, sua principal força.
O ex-presidente interino do PSL disse à PF que a responsabilidade sobre o uso do fundo eleitoral cabia a cada diretório regional e não ao diretório nacional e que, portanto, não ficava sabendo qual a quantidade de verba que ia para candidato.
O relato de Bebianno diz que Bolsonaro passou a ter o controle sobre a direção de cada diretório assim que entrou no PSL, mas em troca, teria que disponibilizar pelo menos 30% do fundo eleitoral para Pernambuco, onde Luciano Bivar comanda, ainda que, na época, o presidente do PSL no Estado era Antonio Rueda, braço direito de Bivar.
A Polícia Federal apura possíveis candidaturas-laranjas do PSL nas eleições de 2018. As investigações ligam líderes do partido, como o atual presidente Luciano Bivar e o atual ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio como favorecidos por verbas do fundo eleitoral que deveria ser destinado para candidaturas femininas.
Bivar teria apoiado o repasse de R$ 400 mil em verbas do fundo partidário para uma candidata “laranja” em Pernambuco. Maria de Lourdes Paixão, 68 anos, teria sido a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o País com autorização do agora ex-ministro Gustavo Bebianno.
Também no estado de Pernambuco, Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada. A gráfica é a mesma usada por Maria de Lourdes.
Comentários