Colorado confirma expectativa, faz desfile correto e entra na briga por vaga no Especial
Pela performance em 2017, o desfile da Colorado do Brás era um dos mais aguardados desta noite de apresentações do Grupo de Acesso 1.
E a vermelha e branca apostou na fé, de matriz africana, para seu Carnaval, mostrado já no início da madrugada desta segunda-feira (12), em São Paulo, no sambódromo do Anhembi.
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A Colorado do Brás foi fundada a partir da torcida de um time de várzea, na década de 70.
O momento atual da escola, permite um paralelo com sua origem; o futebol.
O tabu, termo usado para definir um período de “seca” nos campeonatos esportivos, também se aplica à vermelha e branca. Desde o distante ano de 1993, a Colorado não desfila no principal grupo do samba paulistano.
E é lutando para romper essa estiagem que a agremiação presidida por Antônio Carlos Borges, o Ká, chegou na Avenida em 2018.
Kelson Barros, seu bom astral e sua trupe, trouxeram a comissão de frente vermelha e branca.
Com coreografia dinâmica e extensa, contou com diversos figurinos na composição de cada uma das representações do número. Coreografia executada com precisão e de bom impacto na abertura da apresentação.
O primeiro casal da Colorado trouxe Ruhanan Pontes e Janny Moreno.
Ele chegou em 2016. Tomou gosto pela dança através do projeto “Samba se Aprende na Escola”, da Sociedade Rosas de Ouro. Entrou definitivamente para a arte nos cursos ministrados por mestre Gabi e Vivi, no projeto “Barracão”. Desde então vem seguindo carreira, se destaca pela altura, lembrando o lendário Delegado por suas pernas longas.
A sorridente Janny Moreno entrou, em 2011, para o quadro de casais da Nenê de Vila Matilde, e lá fez um caminhar vitorioso e meteórico. Foi chamada no meio da preparação para substituir Ana Paula, afastada do cargo por gravidez e com quem Ruhanan conquistou as notas 9.8, 10,10, e 10, em 2017. Montados numa linda fantasia com temática afro, apostaram no bailado mais tradicional durante a passagem pela pista.
Um reencontro com a africanidade.
Assim foi o projeto deste ano da Colorado, novamente assinado por Leonardo Catta Preta, na missão de reverter os décimos perdidos em alegoria, 5, e em fantasia, 4.
Se a parte plástica foi bem penalizada, a concepção e o desenvolvimento do enredo foram perfeitos em 2017.
Nesta noite, o que se viu nos carros e alegorias foi o uso feliz das cores por parte do artista, dando um tom visual harmônico ao tema. Alegorias e figurinos bem realizados e acabados, contribuíram para um conjunto extraordinário da vermelha e branca no Anhembi.
Outro jovem, mas já reconhecido talento do samba paulistano, é mestre Allan Meira.
Com uma bateria bem equalizada e equilibrada, foi eficiente na sustentação do ritmo, arriscando algumas bossas, mexendo com os foliões nas arquibancadas.
Em 1988, a Colorado brindou o Carnaval brasileiro com um clássico samba; “Catopês do milho verde. De escravo a rei da festa”.
Décadas depois, parece ter acertado novamente uma grande obra.
Sem dúvida, carregar consigo um belo samba, apoiado num enredo absolutamente integrado com a cultura carnavalesca, deram boas credenciais a escola.
A liderança jovem, o prestígio aos profissionais e a sequência crescente de bons resultados, eram indicativos para que a entidade fosse apontada como uma das favoritas na disputa.
E justamento samba de enredo, foi item bastante penalizado no Carnaval passado. Desta vez, a obra assinada por Marcio Pessi, Edson Dafféh, Gilson Caffé, Magrão da Caprichosos e Hermes Sobral, é considerada uma das melhores da safra, inclusive, na comparação com os hinos do Grupo Especial.
De melodia encaixada com a proposta do tema, o samba “pegou na veia”, não só nos componentes da escola, mas também, nos sambistas espalhados por toda a cidade
Harmonia e evolução estiveram bastante adequadas ao ritmo, mantendo uma gostosa cadência ao longo de toda a pista, conduzindo o cortejo até a área de dispersão no limite do tempo permitido em regulamento.
De olho no relógio!
A Colorado do Brás encerrou seu desfile com 1h
A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.
Foi assim no último concurso
(décimos perdidos pela Colorado do Brás, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)
A performance da escola nos últimos cinco Carnavais
Curiosidade
Prêmio SRzd Carnaval SP 2018
Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.
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