PSOL afasta deputado que votou a favor de Picciani: ‘Inadmissível’

Paulo Ramos. Foto: Reprodução

O deputado estadual Paulo Ramos foi afastado pelo seu partido, o PSOL.

A sigla anunciou, em sua comissão de ética, o processo de expulsão do parlamentar, após a posição do deputado na votação da última sexta-feira (17), em que ele acompanhou a maioria pela libertação do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani; do líder do governo, Edson Albertassi; e de Paulo Melo, ex-presidente da Alerj, todos do PMDB.

“O deputado estadual Paulo Ramos, que já vinha se apresentando como desligado da bancada do PSOL, tomou hoje uma atitude inaceitável: votou contra a decisão do partido e foi um daqueles que revogou a decisão unânime do TRF [Tribunal Regional Federal] que determinava a prisão de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB”, diz a nota do PSOL.

Picciani, Paulo Melo e Albertassi foram presos na quinta-feira (16), por determinação unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, após terem sido denunciados na Operação Cadeia Velha, que investiga a corrupção entre parlamentares e empresas de ônibus, com recebimento de propinas.

Com a votação, os efeitos da decisão tomada pelo TRF2 foram suspensos. Foram 39 votos a favor da soltura dos peemedebistas contra 18 que defendiam a manutenção da prisão preventiva, além de uma abstenção.

Para o PSOL, “o deputado se colocou ao lado da máfia dos transportes, das empreiteiras e de todos aqueles que saquearam o Estado do Rio de Janeiro nas últimas décadas”.

Paulo Ramos informou que já tinha comunicado ao partido que não iria mais atuar com a bancada e que teria uma postura independente. “O PSOL não concordar com a minha posição é um direito, mas não pode dizer que eu fiquei ao lado ‘da máfia dos transportes, das empreiteiras e de todos aqueles que saquearam o Estado do Rio de Janeiro’. Eles deveriam ter ouvido o meu pronunciamento. O que estou defendendo é a Constituição, é o Estado Democrático de Direito. Deputado só pode ser preso por crime inafiançável”, afirmou.

Para o deputado, o PSOL estava esperando um pretexto para afastá-lo. “Eles admitiram a minha filiação, eles agora que me expulsem, mas que, pelo menos, me ouçam”, acrescentou.

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