Riscos da extração dos dentes do siso na terceira idade

Visitas ao dentista. Foto: Divulgação

Visitas ao dentista. Foto: Divulgação

Os dentes do siso, juízo ou terceiros molares na linguagem da odontologia, costumam nascer no final da arcada dentária entre os 17 e 25 anos de idade e, geralmente, a indicação é a extração.

Após os 30 anos, os terceiros molares se juntam aos ossos maxilares, e a incidência de infecções pós-operatório, para a retirada do siso, é bem maior uma vez que está comprometido, apresentando cáries ou doenças na gengiva. Mesmo com indicação para extração, muitas pessoas só procuram o cirurgião dentista no momento em que a base óssea foi afetada. Nessa ocasião, o cirurgião dentista é o responsável pelo procedimento de remoção, já que os dentes estão muito mais fixados no osso.

Segundo a cirurgiã dentista Paula Karam, da clínica Integrada Santo Expedito, a situação pode ser ainda mais complicada ao fazer este tipo de procedimento em pacientes acima dos 60 anos. “Nos idosos, os ricos de ocorrer degeneração intraóssea são elevados, podendo desencadear quadros de infecção, levando a febre, mal estar e, inclusive, óbito”, explica.

A dentista alerta também sobre casos de pacientes que desenvolvem problemas cardíacos. “Existem casos em que o paciente tem dentes saudáveis, mas desenvolveu problema cardíaco devido os dentes do siso serem inclusos, ou seja, quando não tem espaço para nascerem, pois formam membrana de resíduos alimentares, acumulando bactérias. Se essas bactérias atingir a corrente sanguínea, pode chegar ao coração, provocando a doença chamada endocardite”, revela a especialista.

A endocardite é o nome dado às afecções, infecções ou não do endocárdio, cama interna do coração da qual fazem parte as válvulas cardíacas. O comprometimento da saúde bucal está diretamente ligado à endocardite infecciosa. A doença pode comprometer as funções vitais, por isso, exige tratamento prolongado.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), a endocardite bacteriana é responsável por uma alta morbidade e por significativas taxas de mortalidade. Em torno de 20% dos doentes não sobrevivem, e quando o foco da doença é dentário ela chega a ser responsável por cerca de 10%dos casos de morte, de vítimas de doenças do coração em todo o mundo.

Além disso, as implicações se estendem para casos de gengivite e periodontite – doenças que causam inflamações na gengiva, por sua vez, ficam irritadas e sangram. Por este motivo a endocardite também está presente em vítimas de doença periodontal.

Ficar atento

Karam pontua que nem sempre o paciente apresenta dores ou outros sintomas, decorrentes de uma inflamação. “Na maioria dos casos, o paciente não percebe que desenvolveu uma destruição óssea do maxilar ou doença grave, e quando descobre já tem lesões, causadas pelo acúmulo de bactérias. Nessas ocorrências, é necessário fazer um tratamento mais específico”, diz.

O mais recomendado para evitar problemas graves de saúde é visitar frequentemente o dentista e seguir as suas indicações. “Se não houve espaço suficiente na boca para os dentes do siso, o mais aconselhável é a extração. A iniciativa evita os riscos de desenvolver sérios problemas de saúde futuros”, conclui.

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