Pesquisa mostra como a Endometriose afeta a vida das mulheres

Foto: Reprodução.

Pacientes com endometriose têm mais que o dobro de disfunções sexuais em relação à população sem a doença.É o que diz estudo realizado pela Dra. Flávia Fairbanks, que culminou em sua tese de doutorado pela Faculdade de Medicina da USP.

Nele foram avaliadas 583 mulheres entre 2013 e 2015, sendo que 254 pacientes com endometriose e 329 mulheres sem a doença. Na avaliação geral, 43,3% das pacientes com endometriose apresentaram disfunções sexuais, enquanto que na população sem a doença as disfunções ocorreram em 17,6%. Entende-se por disfunções sexuais – desejo sexual, excitação sexual, dor na relação sexual e orgasmo/satisfação sexual.

A endometriose caracteriza-se pelo implante, crescimento e desenvolvimento de glândula/tecido endometriais fora do útero. Trata-se de uma doença ginecológica benigna que ocorre pelo refluxo de menstruação pelas trompas, acumulando células parecidas com o endométrio (e que, portanto, também “menstruam”), fora da cavidade uterina.

Estima-se que 10% da população feminina apresentam essa doença e, quando são estudadas populações específicas de mulheres com dor pélvica ou infertilidade, a prevalência pode atingir até 47% dos casos.

As principais causas são o refluxo menstrual, associado a causas genéticas (o risco é maior entre parentes de primeiro grau), ambientais (exposição a ambientes poluídos com resíduos de monóxido de carbono como as dioxinas) e imunológicas (o organismo não reconhece, adequadamente, esse tecido fora de lugar e não faz uma faxina adequada todos os meses, que serviria para remover esse tecido e evitar a doença).

A Endometriose pode ocorrer entre a adolescência e a menopausa, em qualquer idade, mas a faixa dos 30-40 anos é a mais comum. O diagnóstico se baseia em ouvir as queixas da paciente (cólicas menstruais muito severas, dor nas relações sexuais, dores na barriga durante o mês, dificuldade para engravidar, alterações do intestino durante a menstruação e também da urina). Também pode ser feito por exames complementares especializados (ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal ou ressonância magnética da pelve) e também por videolaparoscopia – uma cirurgia que pode ajudar a tratar o problema.

Os tratamentos são à base de medicamentos gerais, para alívio dos sintomas. Há, também, a possibilidade de tratamentos complementares, simultaneamente, com excelentes resultados: acupuntura para as dores, fisioterapia do assoalho pélvico e, recentemente, um estudo mostrou que a homeopatia também pode ter algum benefício.

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