CHAT FOLIA: Bafo do Tatu estreia depois de 25 anos com desfile sobre Espelhos

*Por Lukas Schultheiss

Quando a GRESM Bafo do Tatu foi fundada, há 25 anos, muitos dos atuais participantes da União das Escolas de Samba de Maquete nem tinham nascido. Mas, em 2018, Claudio Sampaio, escritor, compositor e atual presidente da escola, vai desfilar em duas ligas de maquete diferentes, a UESM e outra formada pelos amigos de longa data, a GRESA. Saiba mais sobre a escola, seu curioso nome e o enredo sobre Espelhos que marcará a estreia da escola pelo Grupo B, que desfila nos dias 20 e 21 de Outubro.

Reveja os desfiles do Grupos Especial e Acesso A

 

De onde vem este nome, Bafo do Tatu? Qual a história da escola?

O nome foi inspirado em uma troça carnavalesca da cidade de Mogi das Cruzes em São Paulo. Foi meu primo, José Fernando, que criou a Bafo do Tatu em 28 de agosto de 1993. As cores foram escolhidas pela paixão do mesmo, a Mocidade Independente de Padre Miguel. Inicialmente a Bafo era uma escola de papel (desenho), como as demais. Depois compramos os bonequinhos Xaxás e evoluímos em fazer carnaval. A escola nasceu paulistana, é do bairro da Mooca, São Paulo-SP, mas desde de 2017 mudou sua sede virtual para o Recife em Pernambuco, no bairro da Encruzilhada, onde resido. Estou à frente da escola desde 2006 e quando soube da UESM resolvi me inscrever.

Como surgiu a ideia de criar uma escola de samba de maquete e participar da UESM?

Surgiu por causa de minha paixão pelo carnaval e a demora deste em chegar. É apenas uma vez por ano! Assim, em 1993, familiares, amigos e eu, resolvemos fazer nossas próprias entidades e mensalmente competir. Claro que nada comparado a grandiosidade dos desfiles da UESM. Com minha escola original conquistei muitos festivais (como chamamos nosso carnaval) e a pedido de meu primo, assumi a Presidência da Bafo. Com ela ainda não ganhei, mas sinto que este é o nosso ano. Como não poderia participar da UESM? São malucos apaixonados iguais a mim. Neste momento estou só no projeto de levar a verde e branco para a avenida. Eu sou o carnavalesco, interprete e compositor.

Por que o enredo “Espelhos” foi o escolhido para a Bafo do Tatu estreiar na UESM?

Neste ano de 2018, a Bafo resolve reeditar um enredo e escolhemos o que apresentamos em 2016, em nossa competição regional. Além disso, este enredo é importante porque relembra a primeira vitória da escola, lá em 1994 com o tema “O olhar que nos seduz” e o primeiro campeonato anual em 1997 com o Orum Aiyê. Ambos os enredos estão centrados em espelhos. Nada melhor do que resgatar estas memórias em nossas alas. Inclusive a comissão é o Orum Aiyê, uma das lendas de como surgiu o candomblé.

E quanto aos trabalhos no barracão? Existe algum material diferente que vai ser utilizado?

Estão a todo o vapor, na nossa sede virtual, a Toca do Tatu. E um dos desafios ao qual me propus foi fazer um Destaque Principal: “Oxalá, caminho da redenção”. Na minha pesquisa, vi que a oferenda dada à entidade é o arroz. E assim, pensei em fazer uma fantasia de luxo usando os grãos do cereal que é branco. Este é o nosso grande destaque, deu trabalho mas ficou muito bonito e condizente com o enredo.

Neste primeiro ano, qual vai ser o grande momento de seu desfile?

Acredito que algo que irá impactar os olhos de quem nos assistir é a encenação da Comissão de Frente com o Orum Aiyê. Contaremos uma das histórias africanas que dão origem ao candomblé e através de 15 componentes ou brincantes prometemos surpreender. Nosso símbolo está lindo. Tenho orgulho de vê-lo na avenida na forma em que criei. Enfim, a cabeça da escola é o nosso grande trunfo.

Além da sua escola, você também é compositor de outras três escolas do mesmo grupo. Conte sobre esta parceria com as outras agremiações.

Com o Zé da Falcão Imperial e com o Leo da Unidos da Pauliceia é amor antigo. Na verdade, desde a fundação destas escolas que os sambas das entidades são assinados por mim. Quanto ao Lucas Leão, da Novo Império, foi um pedido que fiz questão de aceitar e compor. Na verdade, amo compor. Por mim se todas as escolas quisessem sambas autorais, faria de muito bom grado. Quanto a decisão dos sambas autorais, na GRESA isto é regra, quem sabe a UESM incentive esta mudança. Mais composições para mim!

Conte mais sobre os bastidores da escola.

Não vamos apresentar luxo. É um carnaval feito a mão com muita dificuldade, devido a situação financeira, mas que prezará pelo bom acabamento e elementos de fácil leitura. Tudo, está pensado de acordo com a sinopse e roteiro, inclusive a cor que será utiliza nas fantasias. Nenhum adereço está ali por estar. A Bafo do Tatu, vem para brincar, se apresentar para todo o Brasil e para as novas coirmãs. O objetivo principal é deixar nosso nome na história da liga. Se vamos subir, não sei! Mas com certeza, sabemos que este é o primeiro de muitos carnavais que teremos à honra de apresentar na UESM, seja no Grupo B, ou demais grupos. Convido a todos para nos assistir no dia 20 de outubro e queremos ver no seu olhar a nossa imagem refletida e esperamos que vocês se encantem pela Raça do Festival, apelido carinhoso de nossa Bafo do Tatu. Ewé ó, meu povo! E vamos a luta com as bençãos de nosso protetor Ossain.

E não esqueça, os desfiles do Grupo B do Carnaval de Maquete acontecem nos dias 20 e 21 de Outubro a partir das 14h30. Você pode acompanhar todos os detalhes dos desfiles pelo site oficial (www.uesm.com.br) onde as agremiações se apresentarão em forma de vídeo e contarão com narração ao vivo.

Saiba mais sobre o Carnaval de Maquete da UESM

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*em colaboração voluntária ao SRZD

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