Foto de príncipe George gera polêmica na internet

Príncipe George. Foto: Divulgação

Príncipe George. Foto: Divulgação

Uma foto do príncipe George, de apenas 4 anos, tem gerado polêmica e ataques homofóbicos na internet.

Apesar da pouca idade, internautas não perdoaram nos comentários a respeito da pose feita pelo príncipe, que foi considerada “feminina”.

 

Em texto no Facebook, a ONG “Pense É Grátis”, de Gabriel Filipe, criticou a discussão.

“A que ponto chega a pressão social para que os homens demonstrem o tempo todo a sua masculinidade? O príncipe George, o garotinho de 4 anos futuro herdeiro da coroa inglesa, foi clicado em uma pose que foi considerada afeminada. No dia seguinte diversos Twitters comentavam de forma depreciativa a foto, não por chamá-lo de gay (isso não é xingamento). Mas por associar a fatos negativos, de forma totalmente homofóbica – veja na reportagem abaixo.
Esse evento é resultado das convenções de gênero – ‘somente uma mulher poderia posar daquele jeito, que se dane se ele só tem 4 anos’. Essa crença se associa ao “meninos têm que usar azul e as meninas têm que usar rosa”.
A pessoa homofóbica não precisa ter certeza de que o seu alvo é de fato gay ou não. Na verdade, somos “treinados” a associar a homossexualidade a “sinais”. E como tal, somos treinados a nos policiar o tempo todo, o que é de menino e o que é de menina: desde pensamentos, trejeitos, opiniões…
Tudo isso dentro das convenções do patriarcado, que estabelece papéis, e a partir deles criamos máscaras diárias para nos encaixarmos, principalmente por medo – de sermos rejeitados, excluídos, violentados, até mesmo mortos.
Ou seja, ser hétero e parecer hétero na nossa sociedade podem assumir caracteres diferentes! Você não é considerado hétero “só” porque prefere transar com o sexo oposto. Você tem que seguir um padrão!!!
O patriarcado cria uma estrutura hierárquica aonde o homem que não assume características que não são consideradas másculas sofrem todo tipo de preconceito, e serão encaixados como menos homens do que os que ocupam o ideal masculino vigente. Os de maior poder social estarão no ápice caso atendam a todas as exigências, ou enganem muito bem.
Se o menino George é ou não gay, não nos deveria interessar. Especialmente a esse ponto doentio, de agredir com palavras sarcásticas uma criança de 4 anos!!! Uma criança que pode ser heterossexual, mas que não passou ainda por um condicionamento para que aparente isso o tempo todo!?!?!
Esse triste exemplo serve de parâmetro para a realidade do dia a dia da comunidade LGBT, e como é ser julgado por expressar o que se é. Nesse sentido, quem está mais livre? O hétero que precisa se apresentar o tempo todo como sendo como a sociedade impõe? E em não sendo satisfatória a personificação heterossexual idealizada, sofrerá consequências terríveis.”

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