Colunas

Eleições 2018: nulos, esquerda e direita volver. Para onde vamos?

Lula, Fernando Collor, Fernando Henrique, José Sarney e Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Lula, Fernando Collor, Fernando Henrique, José Sarney e Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O fim da Segunda Guerra impôs uma nova ordem mundial. E, no Brasil, esta onda não foi diferente. Com a eleição de Getúlio, em 1950, exacerbou-se o radicalismo inconformista das oligarquias diante de um governo, ainda que caudilhesco, identificado mais com reclamos dos trabalhadores do que com o desenho da elite. Apesar de eleito, o governo tinha que cair ou ficar acuado. O papel de algoz do regime se personificou em Carlos Lacerda. E o suicídio de Vargas não deu um ponto final no nosso conflito mais permanente.

Já as forças mais à esquerda jogaram suas fichas na crença de que as mudanças estruturais tinham que ser feitas em velocidade e entenderam que se poderia vencer a força do dinheiro com transformações profundas no país, nem que fossem feitas na marra. A corda esticou e não rompeu em agosto de 54, com a morte de Vargas, mas 10 depois, em março de 1964.

Após o período militar, testemunhou-se a tentativa frustrada de um civil vindo das urnas assumir o poder e permitiu-se o arranjo do Colégio Eleitoral com a vitória de Tancredo. Sua morte antes da posse viabilizou o vice conservador, José Sarney, e o início do que os marqueteiros apelidaram de Nova República. A economia com a derrocada do cruzado deu em água.

No PMDB, substituto do velho MDB, o ar irrespirável para os progressistas empurraram os jovens do partido a buscar uma saída. É a deixa para o nascimento do PSDB, em 25 de junho de 1988. O tucanato oficial nasceu de uma costela do partido do Dr. Ulysses.

A imprensa, desmantelada, hoje vive à reboque do processo e atrás de migalhas de verbas públicas que possam ajudar pagar suas contas.

Na eleição de 1990, dois caminhos voltam a ser discutidos e o povo opta pela solução, digamos, mais liberal, com a vitória de Fernando Collor em cima de Lula, sua primeira derrota. O Brasil escolheu o mercado e não o socialismo à brasileira com reforma suave do estado. Adiante, depois de rápida passagem de Itamar Franco, FHC acena com a social democracia adaptada aos trópicos e empurra o socialismo para mais uma derrota. E outra, mais.

Na próxima quadra, Lula vence duas vezes sozinho e mais duas em apoio a Dilma Rousseff, que não conclui o segundo mandato e é apeada do poder numa manobra engendrada no Congresso com apoio descarado da mídia e parte do Ministério Público e da Justiça. Tudo de acordo com o grande capital nacional e em linha com interesses dos Estados Unidos. As Forças Armadas apenas administram a manada. Michel Temer assume e desmonta mecanismos de proteção à soberania nacional. Ele apequenou o Brasil e entra para o lixo da História, mesmo antes de concluir seu governo.

As rapinas que assaltam o estado todos os dias continuam fazendo leis no Congresso a favor de se abrir brechas para indicar apaniguados, parentes, amigos corruptos, negociatas e tramoias.

E, cá estamos, novamente, diante de mais uma eleição presidencial polarizada. Desta vez, tudo indica que teremos alto índice de votos nulos, candidatos variados que sinalizam estar à esquerda do espectro político e o avanço da direita mais atrasada e outra esclarecida cada vez mais unidas e o eleitor não muito disposto a indicar um rumo.

As rapinas que assaltam o estado todos os dias continuam fazendo leis no Congresso a favor de se abrir brechas para indicar apaniguados, parentes, amigos corruptos, negociatas e tramoias. O poder executivo é formado por um leque de investigados em casos variados de corrupção, mas tudo dá em nada. A Justiça, parcial, também sangra o caixa do Tesouro, e suas regalias são alarmantes aos olhos da nação e fora dela.

A imprensa, desmantelada, hoje vive à reboque do processo e atrás de migalhas de verbas públicas que possam ajudar a pagar suas contas. Estamos próximos de realizar uma eleição confusa, país sem rumo e cidadão exausto e sem esperança.

Sempre existe saída, mas, desta vez, ela não está aparente.

 

Comentários

 




    gl