Biografia de Zózimo Barrozo do Amaral é um livro rico de histórias deliciosas

Zózimo Barrozo do Amaral. Foto: Dimas Schittini/Divulgação

Zózimo Barrozo do Amaral. Foto: Dimas Schittini/Divulgação

“Enquanto houver champanhe, há esperança”, de Joaquim Ferreira dos Santos, publicado pela Editora Intrínseca e lançado no final de 2016, é o resultado de um exaustivo trabalho de pesquisa por parte do autor. Joaquim segue a velha regra do ofício, a de que a boa apuração é tão ou mais importante do que o texto final.

O livro é resultado de leitura de mais 200 mil notas escritas pelo colunista social ao longo de 33 anos de carreira. Relembrar muitas das histórias vividas por Zózimo e seus contemporâneos, em estilo de redação delicioso, torna-se um presente para o leitor.

Aos profissionais da área de Comunicação, existe um “plus a mais” como dizia uma folclórica figura da noite carioca. Nesta biografia se encontra um panorama minucioso das transformações do próprio jornalismo e da forma como dar tratamento a notícias para uma sociedade em franca mutação.

Joaquim Ferreira dos Santos. Foto: Leo Aversa/Divulgação
Joaquim Ferreira dos Santos. Foto: Leo Aversa/Divulgação

Zózimo incluiu nas páginas do “Jornal do Brasil”, e depois em “O Globo”, humor, mordacidade, ironia fina, classe e sutis provocações. Nem sempre foi assim…

Ele ajudou a cunhar uma marca do estilo carioca de ver o mundo.

Zózimo chegou a ser preso por causa de uma nota mal recebida pelos militares que estavam no poder. E quando chegou à cela, encontrou uma recepção surpreendente por parte dos outros encarcerados. Um preso político, ao constatar que o colunista social estava confinado no mesmo lugar, e ali, disponível diante de si, em carne e osso, mandou essa: “Pessoal! Os homens enlouqueceram! Eles agora estão prendendo eles mesmos!”

Zózimo recriou um universo da chamada sociedade carioca e brasileira que até então se destacava nas colunas de Ibrahim Sued e Maneco Muller. Ele fez uma releitura original em poucas palavras, às vezes, em uma única linha.

Infelizmente o jornalista morreu aos 56 anos. Zózimo foi um inovador ao narrar com estilo próprio a vida de uma fauna que conciliava o ócio, o bem viver com as profissões que variavam de desocupados a capitães da indústria.

No estrato social em que Zózimo circulava se encontra de tudo: starlets, beldades de todos os naipes, escaladores sociais, e gente realmente requintada e com “berço”, como eles próprios gostam de dizer. Todos juntos e misturados.

Mais não conto para que você possa ler o livro. Vale a pena.

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