Sandro Salvatore. Foto: Acervo Pessoal

Sandro Salvatore Giallanza

Economista formado pela Faculdades Integradas Bennett, pós-graduado em Mercado em Derivativos e pós-graduado em Gestão em Projetos, pela Universidade Cândido Mendes. Escritor de publicações sobre Empreendedorismo, Gestão em Projetos, Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Consultor do Sistema Sebrae, das 3 maiores entidades municipalistas brasileiras e de dezenas de prefeituras brasileiras.

Carajás: Injustiça nunca pode ser aceita

Frases. Foto: Reprodução Internet

Frases. Foto: Reprodução Internet

O estopim para o azedamento da imagem da Vale e do Governo Federal no Pará sofreu abalos que certamente deixarão marcas.

Os paraenses que estão acompanhando O noticiário estão incrédulos com tamanha injustiça com a falta de palavra e de compromisso no cumprimento de uma cláusula que ameaça não ser cumprida pelo Governo Federal que estipulou o valor de 4 bilhões de reais para a Vale pagar pela renovação das concessões das duas ferrovias que ela opera (Carajás e Vitória/Minas).

Estes recursos financeiros devem ser aplicados incondicionalmente no Pará na nova proposta seriam canalizados a financiar a construção de uma ferrovia do Mato Grosso a Goiás.Como todos desconhecemos esses cálculos, achávamos que era um cálculo “conjunto” para as duas ferrovias.

O Governo teria que pagar a Vale para ela seguir explorando a Ferrovia de Carajás por mais 30 anos?
Não faz sentido, não é mesmo?

Agora, tivemos informações dos técnicos do Governo Federal e do mercado ferroviário, inclusive dos técnicos do Governo do ES, de que os 4 bilhões de reais são somente para a Ferrovia Vitória/Minas, e que para a Ferrovia de Carajás, o preço da renovação da concessão é NEGATIVO.

O primeiro acinte neste imbróglio é saber qual o cálculo que atribui resultado negativo no preço da renovação?

O Governo teria que pagar a Vale para ela seguir explorando a Ferrovia de Carajás por mais 30 anos?
Não faz sentido, não é mesmo?

Os técnicos dizem também que a Secretaria de Programa Parceria de Investimentos da Presidência da República, foi contrária a orientação dos técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT de que a avaliação da Ferrovia de Carajás seria em torno de pelo menos 10 bilhões de reais, distante dos noticiados 4 bilhões de reais.

Os próprios governadores do PA e ES disseram em sua carta aberta ao Presidente Temer, que o preço está subestimado, como de fato está.

O argumento que levaram em consideração, é que a Vale já realizou investimentos na duplicação da ferrovia.
Os investimentos na duplicação devem ser levados em consideração sim, mas também devem ser levados em consideração a RECEITA ADICIONAL que a Vale vai ter em razão desses investimentos, transportando pela ferrovia, no mínimo o dobro de minério.

Os próprios governadores do PA e ES disseram em sua carta aberta ao Presidente Temer, que o preço está subestimado, como de fato está.

Querem ver uma avaliação justa? Basta o governo federal colocar em licitação a concessão da ferrovia de Carajás, que o mercado vai definir o preço e não tenho medo e me atrevo a afirmar que se levado em consideração no cálculo todas as variáveis que indiscutivelmente devem ser apreciadas o preço final apresentará sem sombra de dúvidas um valor muito superior do que vem sendo acentuado. Aliás mesmo se considerando as dificuldades circunstanciais econômicas no país, mas hoje, é inegável o forte atrativo que o Pará vem despertando aos olhos de investidores de fora, o Pará vem sendo considerado como a bola da vez, mais uma vez a máxima popular está sendo aplicada: “Santo de casa não faz milagre”.

Tratado desta forma, as resistências prometem atrapalhar e causar mal estar na já arranhada imagens da Vale e do Governo Federal no estado.

É consenso de que a renovação da concessão da ferrovia de Carajás deve ser cumprida, mas que seja renovada por um valor justo e que esse dinheiro seje aplicado no Pará onde de fato ele merece estar e mais que isso onde ele gerará uma taxa interna de retorno social e de justiça inquestionável e com certeza ajudará o país a enfrentar melhor a sua grave situação econômica, não podemos deixar de mencionar que o Pará tem um peso relevante contribuindo positivamente na pauta das exportações brasileiras.

Ora, esse nebuloso processo de renovação de concessões, em que não há transparência dos atos e ninguém tem acesso a esse “Memorial de Cálculos”, onde sequer a PGE- Procuradoria Geral do Estado conseguiu cópias desse processo, precisa ser sustado e corrigido de imediato pelo Presidente da República.

Para que seja feita uma avaliação correta há que se adotar o critério que leve em consideração os preços de mercado.

Reinvidicar por que é justo para o Pará é um direito inalienável do povo paraense. A aplicação destes recursos além de serem justos injetarão vitalidade a economia do estado e da região com obras de grande porte que impactarão em termos estruturais e conjunturais.

A Ferrovia Paraense certamente receberá aporte para sua viabilização que é considerada uma alternativa estratégica para o desenvolvimento e crescimento sustentável do estado.

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