Haroldo Monteiro. Foto: Nicolas Renato Photography

Haroldo Monteiro

Formado em Administração de Empresas e Engenharia Econômica pela UERJ. Possui vasta experiência no mercado de varejo tendo atuado como executivo em várias empresas deste setor. MBA em Business Administration pela Ohio University, e sócio da Planning & Management, consultoria especializada em gestão e estudos de tendências econômicas para o varejo. É professor convidado do Coppead, onde ministra Administração Financeira de Curto Prazo.

Economia: O Buraco é mais embaixo

O endividamento é alto, é preciso desalavancar

Crise política, vários estados falidos, corrupção em todos os níveis,  Lava Jato, enfim, o que não falta é ingrediente para uma perda de confiança do empresáriado e do consumidor.  Estes índices de confiança vinham subindo após o impeachment porém no último mês interrompeu a sequencia de altas, o que mostra uma perda de confiança no atual governo.

A recente aprovação da PEC do Teto 241/55, mostra ainda um sopro de força do governo junto a câmara e ao senado.  Porém a situação do atual governo não é confortável, e muitos desafios ainda virão pela frente até as próximas eleições.  A PEC do teto em si não é uma bala de prata para mudança dos rumos de nossa econômia, como também não é a reforma da previdência, porém estas duas medidas são de vital importancia para a reconstrução do país.

No entanto um fator vem ganhando destaque na mídia, ainda que de maneira muito sutil, porém de grande relevancia para entendermos que o buraco que nos encontramos é muito mais embaixo.    Ou seja antes de retomarmos o crescimento econômico precisaremos ter uma desalavancagem na econômia, tanto nas empresas, como das famílias e também do governo.  Neste artigo vou focar no endividamento das empresas.

A alavancagem das empresas preocupa

Estas  por sua vez precisam reduzir suas dívidas, segundo Centro de Estudos do IBMEC (CEMEC) , 48,7% das empresas não conseguiram gerar caixa para pagar suas dívidas.

 

endividamento-empresas

 

Ainda segundo a CEMEC , 42,7% das empresas de capital aberto levariam mais de 5 anos para amortizar a  dívida líquida com a geração de caixa alcançada no último trimeste. Desta forma mesmo em um cenário inicial de uma retomada no consumo, em primeiro  lugar as empresas usarão os recursos de caixa gerado para reduzir  suas dívidas para depois fazer  novos  planos de investimento visando o crescimento, no que demandará mais dívida, e com consequente aumento de emprego,  criando um novo círculo virtuoso.

Este fato por si só, independente de outros problemas,  já mostra que a situação atual ainda perdurará por um prazo mais longo do que o inicialmente previsto quando houve a mudança de governo, fazendo com que uma melhora sustentável em nossa economia ainda esteja longe de ser visualizada.

Comentários

 




    gl