Ticiana Farinchon

Formada em Jornalismo pela Facha, com pós-graduação em Mídias Digitais. Apaixonada por tecnologia e cultura, tem nos seriados de TV seu maior vício, acompanhando em tempo real tudo o que acontece neste fascinante universo.

Essa é pra você que nunca assistiu Game of Thrones

Tenho que confessar: eu não assisto Game Of Thrones. Talvez isso mude depois deste post, mas, como sei o quão chato é o mundo pra quem, como eu, está por fora dos assuntos que cercam a série quando chega o meio do ano, pedi pro meu amigo, o roteirista Karlo Oliveira, me salvar. E ai veio a ideia de fazer uma matéria pra gente, que precisa de um empurrãozinho pra embarcar nessa viagem. Voilá!!

Demorou mas o inverno finalmente chegou nos Sete Reinos!

por Karlo Oliveira

Sim, estamos falando de Game of Thrones, a série mais acompanhada no mundo e que começa a entrar na sua reta final. Já foi divulgado pela HBO que os treze últimos episódios serão exibidos em duas temporadas: a sétima, com sete episódios, começou no dia 16 de julho e, seguindo a estratégia da emissora, a transmissão aqui no Brasil é simultânea com os Estados Unidos. A oitava temporada, com seis episódios, só deve ser lançada em 2019.

Portanto, falta pouco para o fim de uma das melhores sagas da TV americana e se você não entende até hoje o frisson em torno desta série, em vez de fazer bullying ou perguntar se você passou os últimos anos em Marte, resolvi citar alguns motivos plausíveis – ok, não vou mencionar dragões e mortos-vivos – para ver se você se anima a conhecer as Crônicas do Gelo e Fogo pela telinha.

Primeiramente, é claro que você não deve assistir algo “só porque todo mundo vê”, mas o hype em torno de Game of Thrones tem suas razões, principalmente se você não fizer parte do grupo de pessoas que não assiste “só porque todo mundo vê”. Dê uma chance e tire suas próprias conclusões, sem pré-julgamentos. No mínimo você passará uma hora assistindo um material com excelente qualidade de produção – marca registrada da HBO, emissora responsável pela série.

Aliás a HBO, para quem não conhece, produziu obras como The Sopranos, The Wire, True Blood, além das recentes Westworld, Big Little Lies e True Detective. São produções de excelente qualidade em todos os aspectos, desde o roteiro primoroso até a escolha de elenco e locações.

Falando especificamente de Game of Thrones, o orçamento em cada temporada é superior a muitos filmes de primeira linha. Os dez episódios da sexta temporada de GoT custaram US$ 100 milhões para a HBO. Para exemplificar o extremo cuidado com que a série é feita, uma equipe de dez profissionais foi contratada para fazer as dez versões da abertura da série – e levou cerca de três meses desenvolvendo o material. Para quem nunca viu, a abertura mostra um atlas rico em detalhes e relevante para a trama, mostrando os territórios que aparecem em cada episódio; ou seja, cada um dos episódios tem uma versão diferente da abertura.

Além da qualidade técnica na produção, um dos trunfos da série são os roteiros que adaptam com extrema competência uma obra literária bastante complexa – “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R. R. Martin.

Mesmo quem não gosta de histórias medievais acaba se afeiçoando a Game of Thrones, pois a série não é exatamente medieval – apesar das semelhanças que podemos traçar com a Idade Média, que o próprio autor já admitiu usar como referência. A história é mais abrangente e possui personagens com diversas camadas, interessantes e multidimensionais, o que enriquece muito a trama.

Um dos aspectos interessantes do roteiro, a meu ver, é a força de diversas personagens femininas, fugindo do clichê de histórias medievais que frequentemente retratam as mulheres como submissas. Nas tramas de GoT existem mulheres – e garotas – muito mais corajosas e poderosas que homens. Assim como existem também os clássicos estereótipos que as melhores histórias trazem, como os selvagens guerreiros musculosos, os nobres cavaleiros honrados e os sorrateiros traidores dos bastidores. A diversidade dos personagens em GoT é plausível e rica.

Com tanto cuidado na produção e no desenvolvimento da série, seria um tremendo desperdício se o casting fosse mal feito. Felizmente não é o caso, pois Game of Thrones tem ótimos atores em papéis-chave e também em personagens secundários. Tanta precisão nas escolhas se traduz não só com os impressionantes números de audiência e orçamento mas também com prêmios – com os troféus que conquistou no Emmy 2016, GoT somou 38 vitórias e se tornou a série mais premiada de todos os tempos.

Se ainda assim você não se impressionou, só me resta recorrer ao chamariz mais divertido de Game of Thrones: ninguém está a salvo! George R. R. Martin não poupa ninguém e, ainda assim, nos faz torcer pelos personagens – talvez justamente por saber que o risco de que alguém adorado pelo público corra o risco de morrer na série a qualquer momento.

Então, seja para ver um personagem importante morrer inesperadamente, seja para testemunhar a riqueza da produção da HBO, vale muito a pena acompanhar esta série que, antes mesmo de acabar, já tem seu lugar marcado no ranking de melhores e mais rentáveis de todos os tempos.

Dê uma chance para si mesmo(a) e assista Game of Thrones, e nem precisa me agradecer.

Valar dohaeris.

 

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