Eduardo Ritschel. Foto: Divulgação

Eduardo Ritschel

Formado em Jornalismo e Administração de Empresas, atua há mais de 25 anos como consultor de comunicação para empresas em diversos segmentos, com destaque para as áreas de Educação e Saúde.

Um país melhor passa pelas mãos dos professores

Professor em aula. Foto: Divulgação

O futuro do país depende de uma profunda reformulação do modelo de educação e uma primeira lição passa por estudar com atenção a situação dos 2,2 milhões de professores brasileiros, a profissão mais numerosa do país. Apesar disso, de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), atualmente só 2,4% dos jovens de 15 anos querem ser professores. Dez anos atrás, eram 7,5% dos jovens. E 49% dos atuais profissionais não recomendam a carreira.

Para conhecer essa realidade, a instituição Todos pelo Brasil realizou a pesquisa Profissão Docente: um levantamento com docentes da Educação Básica em todo o Brasil em parceria com Itaú Social e Ibope Inteligência.

Segue uma breve descrição das constatações do estudo:

– Se 49% dos professores não recomendam a profissão, 57% deles têm entre 11 e 30 anos de carreira e 7% têm mais de 31. Os dados apontam o risco do processo da formação da nova geração de profissionais.

– 33% estão totalmente insatisfeitos com a carreira. Entre os motivos estão a desvalorização (48% das respostas), má remuneração (31%), rotina desgastante (15%) e falta de infraestrutura e recursos (13%).

– Além de aumento salarial (62%), os professores querem urgentemente mais formação continuada (69%), participação na formulação de políticas educacionais (67%) e a restauração da autoridade e do respeito frente à comunidade escolar (64%).

– 71% dos professores estão insatisfeitos com sua formação inicial. Para eles, faltaram conhecimentos sobre gestão de sala de aula (22%) e fundamentos e métodos de alfabetização (29%). Ou seja, a prática da profissão.

– Apesar de ser Lei, apenas 30% dos professores conseguem passar um terço do tempo em atividades extra-classe.

– 37% dão aula em mais de uma escola e 29% ainda fazem trabalhos extras.

– Os professores querem mais recursos digitais (77%) e materiais de apoio para implementar o currículo (73%). Mas a realidade é outra: apenas 17% afirmaram que seus alunos receberam o material didático no primeiro dia de aula.

O trabalho foi desenvolvido no período entre 16 de março e 7 de maio de 2018. Participaram professores da Educação Infantil ao Ensino Médio (incluindo modalidades especiais). Foram ouvidos 2.160 professores ao final de três etapas.

Esses números precisam mudar se desejamos uma qualidade do ensino melhor e, consequentemente, um país com algum futuro.

Fonte: Todos Pela Educação

Confira a pesquisa completa aqui.

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