Lulu Santos e Herbert Vianna: Vida longa aos músicos e à guitarra brasileira

Herbert Vianna e Lulu Santos. Fotos: Divulgação

Herbert Vianna e Lulu Santos. Fotos: Divulgação

Uma mensagem no Twitter de Gilberto Gil parabenizando Lulu. Um post no Facebook parabenizando Herbert. E me dou conta que dois gigantes da música pop nacional nasceram no mesmo dia. Lulu faz 64, Herbert, 56; A dupla que sopra junta a velinha contribuiu com boa parte da trilha sonora da vida de qualquer cidadão brasileiro que tenha entre 30 e 70 anos atualmente. Mas quando pensei em um texto em homenagem aos dois, escolhi falar dos guitarristas. Lulu e Herbert, mais reverenciados como compositores, são extremamente talentosos nas seis cordas – às vezes 12 no caso de Lulu – e também possuem um legado gigantesco na história da guitarra em nossa música.

 

Lulu Santos. Foto: Divulgação
Lulu Santos. Foto: Divulgação

Formado como instrumentista no auge do rock progressivo, Lulu rodou um bocado até estourar em carreira solo no início dos anos 80. Desde seu primeiro álbum, sua guitarra era elemento marcante em todas as faixas. No decorrer da carreira, mesmo na fase mais eletrônica, o carioca dava jeito de colocar detalhes de seu instrumento como se fosse a sua própria identidade. Mostrava bom gosto e eficiência nos solos, mas era nos riffs e nos detalhes durante as canções que sua criatividade aparecia mais claramente. Os arranjos de guitarra para “Casa” e “Certas Coisas” são primorosos. Os riffs de “Tudo Azul”, “Satisfação”, “Um Pro Outro” e “Toda Forma de Amor” são alguns exemplos de simplicidade aliada a bom gosto e funcionalidade.

 

Herbert Vianna. Foto: Divulgação
Herbert Vianna. Foto: Divulgação

O guitarrista Herbert “nasceu” na onda do punk rock em meio à turma de Brasília antes de vir para o Rio e formar sua banda com Bi e Vital. Em sua carreira com os Paralamas, passeou por diversas ondas e sempre deu um jeito de se adaptar com excelência às novidades. Seja no punk, na new wave, no reggae, no ska, na guitarrada, Herbert tirava coisa boa da cabeça para preencher suas canções. O paraibano também se destaca por belíssimos solos. Meus preferidos são “Lanterna dos Afogados” e “Romance Ideal”.

 

No segundo álbum do Paralamas, “O Passo do Lui”, de 1984, Lulu contribuiu compondo e participando da faixa “Assaltaram a Gramática”, parceria sua com Waly Salomão. Por ironia – e para quebrar o pobre colunista – a canção tem um arranjo simples de guitarra, com uma levada de reggae e alguns efeitos thepolicianos assim como em vários outros momentos do álbum.

 

Vida longa a Luís Maurício, Herbert e à guitarra brasileira.

 

 

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