Claudio Francioni. Foto: Nicolas Renato Photography

Claudio Francioni

Carioca, apaixonado por música. Em relação ao assunto, estuda, pesquisa e bisbilhota tudo que está ao seu alcance. Foi professor da Oficina de Ritmos do Núcleo de Cultura Popular da UERJ, diretor de bateria e é músico amador, já tendo participado de diversas bandas tocando contrabaixo, percussão ou cantando.

James Taylor, Elton John e muita água

A chuva torturou o público antes, durante e depois dos shows de James Taylor e Elton John na noite de sábado (1º), na Praça da Apoteose, Rio de Janeiro. Com uma lotação bem abaixo da capacidade do local, a dupla fez a segunda apresentação da turnê em solo brasileiro.

Com apenas cinco minutos de atraso, às 20h05, James Taylor abriu a noite com “Wandering”, gravada em 1975. Logo após a canção inicial, James deu as boas vindas, abriu um pequeno caderno cheio de colas e emendou – “eu não falo português, mas tenho que dizer que quebrei meu dedo” – e mostrou a tala no dedo médio da mão esquerda. Antes de qualquer reação por parte do público, disparou um “merda!”, levando a multidão às gargalhadas e finalizou pedindo desculpas por não poder tocar sua guitarra. Simpaticíssimo o rapaz!

Por diversas vezes, o americano trocou uma ideia com o povo, ora apresentando sua irretocável banda, – com destaque para o mito Steve Gadd, na bateria, e Lou Marini, ex-Blues Brothers, no sax – ora para contar a história da próxima canção. O som foi um capítulo à parte. Perfeito em todos os cantos da Apoteose. Se ouvia absolutamente tudo com uma clareza incrível.

Do último trabalho de James, “Before This World” (2015), apenas “Today Today Today”. As clássicas “You’ve Got a Friend” e “Fire and Rain” apareceram na segunda metade do show e, como não poderia deixar de ser, foram os grandes momentos da noite. Outro destaque foi o bluesão “Steamroller”, que ganhou um belíssimo solo de Hammond. Em uma hora e meia, James Taylor comandou uma apresentação impecável, apesar de seu estilo merecer um local fechado e mais intimista do que a Apoteose.

Vinte e cinco minutos após a saída de James Taylor, o palco se apaga e os primeiros acordes de “The Bitch Is Back” começam a soar nas caixas de som. Elton John está de volta ao Rio para desfilar na passarela do samba seus sucessos de quase 50 anos de carreira.

Nem a chuva foi capaz de ofuscar seu blazer preto com brilhantes, que parecia uma constelação enquanto tirava de seu piano ensopado as canções que todos queriam ouvir: “Bennie And The Jets”, “Philadelphia Freedom”, “Tiny Dancer”, “Rocket Man” (com um solo espetacular na introdução que hipnotizou a plateia) “Your Song”, “Skyline Pigeon” e tantas outras. Destaque para “Don’t Let The Sun Go Down On Me”, em que foi prestada uma homenagem ao falecido George Michael, “Saturday Night’s Allright for Fighting”, entremeada com “Garota de Ipanema”, e o final apoteótico com “Crocodile Rock” e seu indefectível “La La La La La”, cantado por todos a plenos pulmões.

Após 22 canções e quase duas horas de show, o povo saiu satisfeito da Sapucaí. Elton John fez o que se esperava dele: um show excelente com seus clássicos de sempre. Mas afirmar isso, no caso do inglês, nada mais é do que chover no molhado.

Setlist – James Taylor

Wandering
Everyday
Walking Man
Today Today Today
Country Road
Don’t Let Me Be Lonely
Only a Dream in Rio
Carolina in My Mind
(I’ve Got to) Stop Thinkin’ ‘bout That
Sweet Baby James
How Sweet It Is (To Be Loved by You)
You’ve Got a Friend
Shower the People
Fire & Rain
Steamroller
Mexico
Your Smiling Face
Shed a Little Light

Setlist – Elton John

The Bitch Is Back
Bennie and the Jets
I Guess That’s Why They Call It the Blues
Daniel
Someone Saved My Life Tonight
Philadelphia Freedom
Rocket Man
Levon
Goodbye Yellow Brick Road
Your Song
Burn Down the Mission
Sad Songs (Say So Much)
Don’t Let the Sun Go Down on Me
Skyline Pigeon
Looking Up
I’m Still Standing
Your Sister Can’t Twist (But She Can Rock ‘n Roll)
Saturday Night’s Alright for Fighting
Candle in the Wind
Crocodile Rock

*Post de Claudio Francioni e Leonardo Jorge

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