Hoje é Dia de(o) Rock, bebê!

Queen. Foto: Divulgação

Queen. Foto: Divulgação

Em 13 de Julho do distante ano de 1985, um camarada engajado chamado Bob Gendolf conseguiu por em prática a ideia de um concerto geograficamente descentralizado e regado ao bom e velho rock’n roll pra chamar a atenção sobre a fome na África.

Tão nobre quanto a causa foi o time seleto que a abraçou: Queen, Dire Straits, U2, The Who, entre outros grandes expoentes do rock mundial marcaram presença no antológico concerto intercontinental. O emblemático Live Aid.

Lá pelos idos da década de 90, bem antes do onipresente Facebook mostrar seu lado mais Orkut nos surpreendendo cotidianamente com o famoso “dia do(a)…”, duas rádios de Sampa (a 89 FM e a 97 FM) proclamariam dia 13 de julho como o Dia Mundial do Rock, trazendo visibilidade e promoção ao tipo de som que veiculavam. Como Kid Vinil pontuou em 2010, um “dia mundial” comemorado apenas no Brasil, calcado num manifesto proposto por Phil Collins (que se apresentou na Inglaterra e nos EUA, se dando ao luxo de convocar a Cher durante o voo de Concorde que possibilitou o feito!) e abraçado por cabeludos de todo o país.

Mas o que explica a sobrevivência do gênero de 3 acordes que se reinventa através dos tempos? É possível colocar Chuck Berry, AC/DC e Fall Out Boys no mesmo saco? E o sinal da 89 FM aqui no Rio… como faz pra pegar? São várias as perguntas que os fãs de rock se deparam ao tentar “evangelizar” as novas gerações, tão carentes de matéria-prima genuína. Entre idas e vindas da Rádio Cidade, o dial carioca fica cada vez mais órfão de distorção. O mesmo se aplica aos espaços que dão oportunidades a bandas de rock. Se comercialmente é mais barato por um DJ tocando sertanejo, quem nada na contramão acaba agonizando e eventualmente fechando as portas.

Para que os bebês dessa e de futuras gerações possam continuar a comemorar o mais brazuca dos dias mundiais é preciso resistir. Mostrar a capa do vinil na tela do Spotify, adicionar aquela versão “quase HD” na playlist do Youtube, apresentar podcasts como o Troca o Disco, ou o finado Máquina do Tempo nas opções do iTunes, e provar que música boa não envelhece, se reinventa.

E se tiver só 3 acordes ainda, melhor ainda de aprender a tocar!

 

*em colaboração com a coluna

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