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Bodas de Ouro: cinquenta anos de desfiles oficiais em SP

Jornal ‘O Estado de São Paulo’ em 1968. Foto: Reprodução

O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Bodas de Ouro: cinquenta anos de desfiles oficiais em SP

E não é que ninguém lembrou que em 2018 comemoraremos o cinquentenário da oficialização dos desfiles das nossas escolas de samba?

Tantos enredos incríveis, sambas fantásticos, quantas boas ideias “originais” passaram nas Avenidas…

Quanta ousadia, quanta gente bamba, geniais mestres de bateria, casais, rainhas, baluartes, baianas, samba no pé… Quanta história, quanta saudade!

Refletir o cinquentenário de oficialização dos desfiles das escolas de samba na cidade de São Paulo é mergulhar no processo de resistência da negritude e da cultura africana no Brasil, que entendemos hoje, como cultura afro-brasileira.

Sim, o samba era tido como “coisa de preto”, marginalizado, pelo Estado e por boa parte da sociedade.

O passar dos anos desvendou o que todos sentiam ao ouvir o ronco da cuíca.

Aquele frenezi que sentimos ao “ver” o samba passar.

Mas a escola de samba traduz e é, em essência, muito mais que isso.

É na ala das crianças que ensinamos, brincando Carnaval, a perpetuação da nossa identidade.

Despertamos nas crianças o gosto pela música, pela dança, pelas artes. Elas são os cinquenta anos de amanhã.

No rodopiar de nossas baianas, mora a sabedoria dos mais velhos, homenageando nossa ancestralidade na figura representativa da Yalorixá. Um farol para as gerações que virão.

Ensinamos nossos componentes a amar o pavilhão.

Em todos os segmentos, um fundamento. Não por acaso, essa é a maior manifestação popular deste país.

Tudo começou com um ‘Vendaval Maravilhoso’, surgido da Zona Leste, pela voz e pelos pés da Nenê de Vila Matilde.

Títulos, conquistas, histórias da nossa própria história, foram contadas em versos, cores e ritmo.

Muita coisa mudou nestas cinco décadas.

Mudaram o palco, as regras, o investimento, o entendimento e tantos outros aspectos.

Mas de uma forma ou de outra, ora por linhas retas, ora por linhas tortas, chegamos até aqui, e como resistência cultural.

O SRzd prepara uma série de reportagens sobre esse marco no Carnaval paulistano. É tempo de celebrar, mas também de repensar, os próximos cinquenta anos.

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