Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Velozes e Furiosos 8’: família acima de tudo

Charlize Theron vive a vilã que obriga Dom (Vin Diesel) a trair a família (Foto: Divulgação).

Aguardado com ansiedade pelos fãs, sobretudo por se tratar do primeiro longa-metragem inteiramente produzido após a morte de Paul Walker, “Velozes e Furiosos 8” (The Fate of the Furious – 2017) chega às salas de exibição nesta quinta-feira, dia 13.

 

No longa, Dom Toretto (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) estão em lua-de-mel em Havana (Cuba) quando são interrompidos pelo chamado misterioso de Cipher (Charlize Theron), terrorista que o obriga a trair sua família e se juntar a ela numa missão. Mesmo desfalcado por Dom e pela aposentadoria de Brian (Paul Walker), que se dedica à esposa e filhos, Mr. Nobody (Kurt Russell) convoca o grupo para encontrar Dom e Cipher, detentora do Olho de Deus e ávida por ogivas nucleares.

 

O grupo assume a missão mais difícil de todas: encontrar e deter Dom (Foto: Divulgação).

 

Apesar de se contradizer um pouco ao abraçar um velho conhecido como membro da família, algo que soa um tanto estranho, mesmo que justificado no decorrer da trama, o roteiro simples e repleto de situações inverossímeis, assinado por Chris Morgan, chama a atenção pelas doses exatas de comicidade. Neste ponto, destacam-se as ótimas tiradas Tyrese Gibson (Roman) e um lado pouco explorado de Jason Statham (Deckard), que se saiu muito bem em suas cenas de comédia. Na verdade, Statham é o grande destaque deste longa, participando de três de suas melhores sequências, ao lado de Dwayne ‘The Rock’ Johnson (Hobbs), um bebê e Hellen Mirren (Magdalene), a hilariante coadjuvante de luxo que rouba as cenas em que aparece.

 

Jason Statham se destaca tanto na ação quanto na comédia (Foto: Divulgação).

 

Num elenco bastante à vontade entre si e com seus respectivos personagens, o único destaque negativo é Charlize Theron. Escalada para interpretar a grande vilã da trama, a atriz surge completamente perdida em cena, apostando em caras e bocas forçadas em detrimento de uma atuação minimamente satisfatória que poderia agregar bastante a esta obra. Contudo, o restante do elenco compensa este problema de alguma maneira, pois a ofusca a todo instante, principalmente Vin Diesel, que surge na potência máxima, talvez numa tentativa de suprir a ausência de Paul Walker.

 

Apostando em sequências de ação espetaculares, “Velozes e Furiosos 8” é um exemplar genuíno de um filão que há tempos tem perdido espaço na indústria cinematográfica. Um gênero que muito lucro gerou à Hollywood, mas que não tem o seu devido reconhecimento. Mais do que isso, que brindou o público com produções e personagens masculinos fortes e memoráveis, especialmente nos anos de 1980 e 1990, através de franquias como “Rambo” (Idem – iniciada em 1982), “Máquina Mortífera” (Lethal Weapon – iniciada em 1987), “Duro de Matar” (Die Hard – iniciada em 1988), entre outras.

 

Sob a direção de F. Gary Gray, “Velozes e Furiosos 8” reverencia a ação, como poucos no cinema contemporâneo, concedendo ainda mais energia à franquia, mantendo intacta a sua essência sobre a importância da família. Partindo do princípio de que a família está acima de tudo, mostrando a todo instante a sua importância e a necessidade de preservá-la e protege-la, um membro importante não poderia ficar totalmente de fora e, com isso, o filme tem a preocupação de honrar a memória de Paul Walker, fazendo-lhe uma singela, mas bela homenagem. Sem dúvida, um dos melhores longas-metragens desta que é uma das franquias mais lucrativas de todos os tempos.

 

Assista ao trailer oficial:

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