Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Dark Universe’: ‘A Múmia’ dá o pontapé inicial na série de filmes da Universal

Sucesso no mercado internacional, “A Múmia” foi um fracasso nos Estados Unidos e frustrou a Universal (Foto: Divulgação).

Principal estreia das salas de cinema brasileiras nesta quinta-feira, dia 08, “A Múmia” (The Mummy – 2017) tem a responsabilidade de dar o pontapé inicial ao “Dark Universe”. O “Universo Sombrio”, numa tradução livre, é uma série de filmes baseada nos monstros da Universal Pictures, naquele que é considerado o primeiro ciclo de produções de terror do estúdio.

 

Tendo a Primeira Guerra Mundial como fonte de inspiração, sobretudo no que tange a personagens com rostos deformados e/ou corpos mutilados, este ciclo atingiu seu ápice durante a década de 1930 e transformou Bela Lugosi e Boris Karloff em ícones do gênero do horror. É impossível falar dos atores sem associá-los a seus personagens mais famosos: Drácula (Lugosi) e Frankenstein (Karloff) – lembrando que Karloff é o protagonista de “A Múmia” (The Mummy – 1932), de Karl Freund.

 

Eternizado como Frankenstein, Boris Karloff protagonizou “A Múmia” original (Foto: Divulgação).

 

Sobrevivendo ao teste implacável do tempo e influenciando as produções de horror das décadas seguintes, os monstros da Universal também beberam da fonte do cinema expressionista alemão, principalmente de títulos como “O Gabinete do Dr. Caligari” (Das Cabinet des Dr. Caligari – 1920) e “Nosferatu” (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens – 1922), dirigidos respectivamente por Robert Wiene e F.W. Murnau.

 

A importância destes filmes é enorme e, por esta razão, há grande expectativa dos executivos da Universal em torno desta nova roupagem do clássico de Freund, que chega aos cinemas quase três anos após “Drácula – A História Nunca Contada” (Dracula Untold – 2014). Dirigido por Gary Shore, o longa foi produzido para estrear o “Dark Universe”, mas seu resultado desastroso mudou os planos do estúdio, que não poupou esforços nem dinheiro com “A Múmia”.

 

“Temos muito orgulho da criatividade e paixão que inspiraram a recriação dos monstros da Universal e prometo ao público que expandiremos esta série estrategicamente”, diz Donna Langley, presidente da Universal Pictures, em comunicado oficial.

 

Dirigido por Alex Kurtzman e produzido por Chris Morgan, o longa tem como protagonista um dos maiores astros do cinema mundial: Tom Cruise. Sinônimo de bilheterias fartas, Cruise interpreta Nick Morton, soldado das Forças Armadas que sobrevive a um acidente aéreo e precisa desvendar os segredos por trás da Rainha Ahmanet (Sofia Boutella), que desperta com sede de vingança, espalhando o terror por onde passa.

 

“Quando a Universal nos procurou com a ideia de recriar estes personagens clássicos, reconhecemos a responsabilidade de respeitar seu legado conforme os trazemos de volta em aventuras novas e modernas. O estúdio e os nossos colegas de criação nos apoiaram e nos desafiaram, à medida que começamos a interconectar o ‘Dark Universe’. Esperamos que estes filmes atraiam fãs antigos e despertem a imaginação de novos fãs”, afirmam Kurtzman e Morgan em nota divulgada pelo estúdio.

 

E o elo de ligação entre os filmes do “Dark Universe” é o personagem de Russell Crowe, Dr. Henry Jekyll, líder da misteriosa organização multinacional chamada Prodigium, empresa que não é supervisionada por nenhum governo e que tem como missão estudar, rastrear e eliminar todo o mal que surgir na forma de monstros. O personagem de Crowe é uma referência direta ao romance “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson, que foi adaptado para o cinema em 1920, no longa homônimo produzido pela Paramount Pictures e protagonizado por John Barrymore, avô de Drew Barrymore – este filme ganhou seu primeiro remake em 1931, protagonizado por Fredric March, que venceu o Oscar de melhor ator pelo papel, empatado com Wallace Beery por “O Campeão” (The Champ – 1931).

 

‘Dark Universe’: Russell Crowe, Javier Bardem, Tom Cruise, Johnny Depp e Sofia Boutella (Foto: Divulgação).

 

A Universal Pictures anunciou que o próximo longa do “Dark Universe” será o reboot de “A Noiva de Frankenstein” (Bride of Frankenstein – 1935), dirigido por Bill Condon e tendo Javier Bardem como Frankenstein. Rumores indicam que Angelina Jolie é o nome mais cotado para viver a noiva do monstro, mas o estúdio ainda não divulgou detalhes da produção que tem estreia prevista para 2019.

 

“Estou muito animado para trazer uma nova versão de ‘A Noiva de Frankenstein’ ao cinema, principalmente porque a criação original do James Whale ainda tem muita força. ‘A Noiva de Frankenstein’ continua sendo um dos monstros mais marcantes da história do cinema, o que atesta o status de obra-prima da criação de Whale – que resiste como um dos melhores filmes já feitos”, afirma Condon, cujo último trabalho foi a versão live-action de “A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 2017).

 

De acordo com a Universal, o ator Johnny Depp está confirmado como o Dr. Griffin em “O Homem Invisível” (The Invisible Man). Remake do clássico dirigido por James Whale em 1933, o longa não tem diretor nem data de lançamento definidos, mas seu roteiro já está sendo desenvolvido por Ed Solomon, da franquia “Truque de Mestre” (Now You See Me – iniciada em 2013).

 

Assista ao trailer de “A Múmia”:

Comentários

 




    gl