‘Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível’: nostalgia e humor nas doses certas

Ewan McGregor vive Christopher Robin, o amigo do Ursinho Pooh e de toda a turma do Bosque dos Cem Acres (Foto: Divulgação).

Nova aposta em live-action da Walt Disney, “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” (Christopher Robin – 2018) entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 16. Baseado nas histórias do Ursinho Pooh e da turma do Bosque dos Cem Acres, o longa já arrecadou US$ 68,9 milhões no mercado internacional, sendo US$ 56,5 milhões somente nos Estados Unidos, onde estreou no último dia 03.

Com direção de Marc Forster, o longa começa apresentando ao público a rotina de brincadeiras de Christopher Robin (Orton O’Brien, infância / Ewan McGregor, fase adulta) com Pooh (voz de Jim Cummings) e os outros habitantes do Bosque dos Cem Acres, que preparam uma despedida para o menino, matriculado num colégio interno pelos pais. Anos mais tarde, na Londres pós-Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), Christopher é um homem atarefado que privilegia o trabalho em detrimento da esposa e da filha, o que lhe rende cobranças familiares. Mas a situação muda quando Christopher reencontra Pooh, que precisa de sua ajuda para localizar seus antigos companheiros.

Produção leve, divertida e despretensiosa, típica da faixa “Sessão da Tarde”, “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” aborda com sensibilidade um assunto bastante atual: o da falta de tempo dos adultos, cada vez mais sufocados pelo estresse proporcionado pelo trabalho e, sobretudo, pelo medo do desemprego. Situação que os afasta do bem mais precioso que têm: a família.

Seguindo a fórmula convencional de “filme para toda a família”, algo que a Disney sempre soube produzir com maestria, “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” surpreende por trabalhar a fábula de maneira a permitir que o espectador, inclusive adulto, acredite que Pooh, Leitão (voz de Nick Mohammed), Ió (ou Bisonho, voz de Brad Garrett), Tigrão (voz de Chris O’Dowd) e os outros animais do Bosque são reais. Isto se deve à estrutura narrativa convencional, citada acima, e à perfeição gráfica dos personagens, que surgem em cena como bonecos de pelúcia que possuem as mesmas habilidades que os humanos.

Desta forma, o longa mantém não apenas o padrão de qualidade técnica instituído pelo estúdio que há alguns anos viu nas adaptações em live-action de seus clássicos um novo pote de ouro no final do arco-íris, como também a essência dos personagens criados por A.A. Milne na década de 1920, inspirados nas brincadeiras de seu filho, Christopher, com seus bichos de pelúcia.

E são os bichos de pelúcia que roubam todas as cenas, principalmente Pooh, Ió e Leitão, engolindo a todos ao seu redor, inclusive o protagonista Ewan McGregor. Um dos nomes mais versáteis de sua geração, o ator transita com muita naturalidade entre a correria de Londres e a fantasia do Bosque dos Cem Acres, assim como as atrizes Hayley Atwell (Evelyn Robin) e Bronte Carmichael (Madeline Robin), que esbanja sensibilidade em cena como uma garotinha que foca nos estudos para agradar ao pai, deixando sua infância em segundo plano.

No fim das contas, “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” é um filme sobre a necessidade do adulto em reencontrar a criança interior para que possa se tornar um indivíduo melhor, transmitindo a importante mensagem de valorização da família e dos amigos verdadeiros. Tudo isso com as doses exatas de nostalgia e humor que fazem deste live-action uma produção agradável para pessoas de todas as idades.

*Há uma cena durante os créditos finais.

Assista ao trailer oficial legendado: