Segunda a ensaiar, Tuiuti canta o Tropicalismo na Marquês de Sapucaí
Segunda a entrar na Marquês de Sapucaí, às 21h24, a Paraíso do Tuiuti trouxe para o ensaio técnico no domingo (15), o seu “Carnavaleidoscópio Tropifágico”, enredo escolhido para 2017 e que tem a assinatura do carnavalesco Jack Vasconcelos. O treino animou os amantes do samba e trouxe cerca de 3 mil pessoas para desfilar. Nesta cobertura do SRzd Carnaval, o público também opinou.
Pintando a Avenida com as suas cores, a Tuiuti utilizou sinalizadores azuis para abrir o desfile. Os componentes vestiram perucas, bolas e macarrões para encher os olhos de quem esteve presente na Passarela do Samba. A aposentada Valda Dias, de 71 anos, aprovou a ideia e soltou: “Adorei! Tem que vir bonita mesmo. Não é porque é ensaio que tem que vir de qualquer jeito”. Ela, animada, agitava uma bandeirinha da escola distribuída por membros da harmonia para quem acompanhava o desfile na arquibancada.
Responsável pela comissão de frente, o coreógrafo Jaime Arôxa revelou que a equipe estava sendo testada. “Hoje eu vou observar quem tem fôlego para a coreografia que eu montei”. Perguntado sobre os segredos que guarda sobre a apresentação da sua comissão de frente, ele resumiu: “Vai ter artes integradas. Canto, teatro e artes plásticas. Farei uso de tripé no dia do desfile”.
Na frente da Super Som, a rainha Caroline Marins, filha do presidente da escola, Renato Marins Ribeiro, o Thor, contou ao SRzd que às vezes a coroa pesa. “Por ser filha do presidente eu sofro muitas críticas negativas, mas quem é da escola sabe que eu já passei por muitos setores. Já fui musa, composição de carro, destaque e já vim abrindo a escola à frente da comissão de frente”, disse Caroline entre uma pose para foto e outra. Perguntada se ela já tinha desfilado em alguma ala, a rainha respondeu que não.
No alto das arquibancadas do setor 3, a dançarina Jaqueline Sapucay, de 29 anos, avaliou a rainha da Paraíso do Tuiuti e a ala de passistas. “Ela passou pela avenida sem pique. Achei fria. Uma rainha tem que apresentar a sua bateria e interagir mais com seus ritmistas”. Sobre a ala de passistas, ela avaliou: “Show de bola, melhorou muito. Elas vêm numa evolução há tempos, hoje aqui mostram samba no pé. Muito melhor do que antes”, finalizou.
O mestre da bateria, Ricardinho, se mostrou confiante em sua equipe. “Estar no Grupo Especial é o ápice. É a coroação de quem trabalha no Carnaval. O que muda agora é só o número de componentes. Em time que está ganhando não se mexe. Vamos fazer bossa de interação com o público e consolidar a nossa marca. Temos três anos com nota máxima”, disse o comandante da Super Som.
De pé nas frisas, três gerações de uma mesma família assistia de perto a Tuiuti passar pela Marquês de Sapucaí. A dona de casa Rosângela Silva, de 72 anos, ao lado da filha, Rosângela da Costa, e da neta, Izabella Moura, fez uma avaliação nada imparcial. “Eu só vivo na quadra da Tuiuti. Ano passado viemos pra brigar e vencemos. Este ano vai ser do mesmo jeito. Vamos vencer!”, afirmou com um sorriso no rosto.
Puxando o samba tropicalista, o intérprete Wantuir está no samba há 30 anos e com energia de sobra para mais um Carnaval. “Todo mundo evolui. O tempo passa e você tem que se manter. A minha preparação para o Carnaval é dormir bem e descansar o corpo”, revelou o cantor.
No setor 5, o eletricista Willian Hora , de 39 anos, se mostrou preocupado com o tamanho da escola. “Pode dar problema. Tá muito grande. Quando botar carro alegórico vai ficar maior ainda e pode ser que ultrapasse o tempo. Tem que diminuir”, avaliou.
Depois de ter observado todo o ensaio técnico, o designer Pablo Sander, de 31 anos, se disse surpreso com a Tuiuti. “Eu esperava menos. O samba não é bom, mas o povo tá cantando. Ela passou melhor do que a Império Serrano”, comparou.
O treino da Tuiuti em imagens:
Comentários