Ousada e irreverente, Tucuruvi surpreende Anhembi

Desfile 2017 da Acadêmicos do Tucuruvi. Foto: SRzd

Penúltima escola da primeira noite do Grupo Especial paulistano, a Acadêmicos do Tucuruvi veio na originalidade para o Anhembi, na madrugada deste sábado (25), em São Paulo.

O enredo: ” Eu sou arte. Meu palco é a rua”, abordou os artistas que expressam suas ideias nos espaços comuns das grandes cidades, e surpreendeu. Clique aqui para ver a galeria de fotos.

A abertura da apresentação trouxe a comissão de frente coordenada pela coreógrafa Cheila Fusco.

Uma das mais respeitadas do segmento e há tempos na Cantareira, utilizou estrutura alegórica no apoio da execução dos movimentos para o quadro que criou. Sua trupe vestiu e incorporou diversos personagens diferentes, numa divertida e leve coreografia que arrancou aplausos do público.

A beleza da porta-bandeira e a juventude do mestre-sala

Kawan Alcides, 20 anos, morador da cidade de Santos. Sua sagração como primeiro mestre-sala foi na Águia de Ouro, com performance que o levou a defender o pavilhão da escola da Zona Norte, em parceria com uma bela mulher, Waleska Gomes. 24 anos, meiga, educada e cativante, que fez todo o ciclo da dança clássica.

Juntos na pista, foram o retrato da alegria e da disposição características da idade, numa dança cheia de leveza, graça e simpatia. O lindo e luxuoso figurino, cheio de brilho em tons pasteis, ficou comprometido pela ausência do costeiro de Waleska.

*A reportagem do SRzd errou ao referir-se à ausência de costeiro da primeira-porta-bandeira da Acadêmicos do Tucuruvi. Segundo informação de sua assessoria de imprensa, o projeto original do figurino não previa o elemento na composição da fantasia.

Alex Soares, a consolidação de um intérprete

Realidade. O intérprete oficial Alex Soares, vencedor do Prêmio SRzd Carnaval SP 2016, na categoria revelação, mostrou sua consolidação.

Soares foi preciso ao conduzir o samba de enredo composto por Carlos Junior, Fabiano Sorriso, Márcio André, Marcos Vinicius, Wellington da Padaria, Beto Rocha e Biel. Obra com a responsabilidade de manter os 40 pontos conquistados no ano passado neste quesito, e que viveu seu melhor momento na segunda parte antecedendo o refrão principal, com notas mais altas estimulando a intensidade do canto da escola:

“Aqui em Sampa, a caminhada continua
Nas quebradas, pelas ruas
Traços coloridos, mentes geniais
Sou luz que ilumina a cidade
Estrela da comunidade
Presença imortal, no palco do meu carnaval”

O desafio de reverter o resultado de 2016

Com a presença de sua nova rainha, a apresentadora Daniela Albuquerque, que atraiu as atenções dos profissionais de imprensa presentes no sambódromo, a bateria de mestre Guma chegou para tentar reverter o quadro do ano passado.

Na avaliação dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba, a batucada não foi bem: apenas uma nota máxima no quesito. Em busca de uma outra performance, e consequentemente de um melhor resultado, arriscou poucos breques e apostou em dar a sustentação ao conjunto.

Mudança de estilo pelas mãos do carnavalesco há mais tempo em uma mesma escola em SP

Wagner Santos completou seu oitavo ano consecutivo no “Zaca”, e inovou.

Ao falar dos artistas de rua, trouxe um outro conceito de enredo, executado também com nova estética na comparação com seus trabalhos anteriores.

O ser criativo, foi o ponto de partida da história. Elementos da era primitiva, feitos heroicos, batalhas entre tribos e situações de caça, formaram o cenário de abertura do desfile. A mitologia, apresentando o homem em suas relações de sociabilidade, veio em seguida. Grécia que ainda foi revista no setor três, evidenciando a evolução das sociedades em uma nova norma organizacional.

Foram retratadas as artes urbanas durante a Idade Média, a música, o teatro, a poesia, o circo e a mímica. A perseguição do Cristianismo condenando artistas à marginalidade, também foi ilustrada. O Renascimento italiano, com o surgimento da Commedia Dell’Arte, arrematou a concepção deste segmento.

A cultura hip hop foi o destaque da quarta parte do conjunto, mais voltado para os movimentos urbanos da década de setenta, abrindo espaço para o encerramento marcado pela realidade atual daqueles que utilizam-se das ruas para expressar suas ideias e sua arte.

O que se viu representado nas alegorias criadas por Santos, foi um banho de originalidade, irreverência e um mar de novas possibilidades que ainda existe dentro do universo criativo do Carnaval. Trazendo para dentro do desfile artistas que efetivamente expressam sua arte nas ruas, foi crítico e ousado ao colocar, por exemplo, um time de homens semi-nus em seu abre-alas.

Colorido, poucos erros e surpresa

Os que não apostavam na Tucuruvi na disputa deste ano, se surpreenderam.

Com uma nova feição, super colorida e divertida, a escola da Zona Norte provou que nem sempre só os grandes investimentos podem resultar num bom Carnaval. Sem luxo, mas com muita criatividade, cumpriu seu papel e fez sua travessia sem maiores problemas. Evoluiu de forma compacta pela Avenida, com uma pequena aceleração na segunda metade do desfile, dentro do tempo exigido pelo regulamento.

De olho no relógio!

A Acadêmicos do Tucuruvi encerrou seu desfile com 1h04

Assista as entrevistas gravadas após o desfile

Confira no gráfico as classificações da escola nos últimos dez Carnavais

Prêmio SRzd Carnaval SP 2017

Na noite desta segunda-feira (27), na página da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado oficial desta edição do prêmio. A votação estará disponível após o encerramento do desfile da última escola do Grupo Especial.

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A apuração das notas atribuídas pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo acontece nesta terça-feira (28), com transmissão ao vivo da Rádio SRzd.

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