‘Totalmente equivocada’; diz Serdan ao comentar projeto de vereadora que proíbe crianças no Carnaval

Paulo Serdan. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Os sambistas paulistanos seguem se manifestando sobre o projeto de lei 0175/2017, de autoria da vereadora de São Paulo, Rute Costa, do PSD.

A proposta apresentada pela parlamentar, no final do mês de março deste ano, proíbe a participação de crianças e adolescentes nos desfiles de escola de samba da capital paulista.

O projeto ganhou repercussão após a publicação de reportagem no portal SRzd, em 20 de julho. Além da proibição, a legislação impõe multa de R$ 10 mil, por hora, para as agremiações carnavalescas que tiverem menores de idade em seus desfiles de Carnaval, aplicadas através de autos de infração, punição prevista na justificativa do PL.

+ Leia o projeto na íntegra

+ Confira o texto de justificativa do projeto de lei

Desta vez, foi o presidente da escola de samba Mancha Verde, Paulo Serdan, quem comentou a iniciativa de Rute Costa, durante a edição do programa “No Mundo do Samba”, exibida no último dia 29, pela Rádio Trianon AM 740 e retransmitida pelo portal SRzd. Ouça o que o líder da agremiação alviverde disse sobre o tema:

 

Entenda a cronologia do caso

Após a veiculação da primeira reportagem, em 20 de julho, o portal SRzd ouviu, ao vivo, a palavra do chefe de gabinete da vereadora, Joglie Fontoura, dando sua versão sobre a matéria, também no programa “No Mundo do Samba”. Clique no player para ouvir:

Nos estúdios, participando como convidado da atração, na mesma ocasião, Thobias da Vai-Vai, um dos símbolos do Carnaval paulistano e atual dirigente da “Escola do Povo”, a Vai-Vai, rebateu a proposta. Ouça o que Thobias falou  do assunto:

Em 21 de julho, um dia após a participação de Joglie Fontoura no programa “No Mundo do Samba”, a reportagem do SRzd procurou a assessoria de Rute Costa para que ela detalhasse diferentes aspectos da proposta, esclarecendo aos cidadãos a motivação do projeto, a base teórica e os desdobramentos da iniciativa.

Ficou estabelecido, entre a editoria do SRzd e o chefe de gabinete dela, o senhor Joglie, que as respostas para as perguntas formuladas seriam respondidas e enviadas à redação, no dia 25 de julho.

Diante do descumprimento do combinado, novamente, a equipe SRzd procurou Joglie, que, por telefone, externou uma informação diferente da acordada inicialmente, dizendo; “não haver prazo exato para que a vereadora se manifeste sobre o assunto”. Até o momento da publicação desta nota a vereadora segue em silêncio, e sua assessoria não retornou as mensagens enviadas pela reportagem.

Uesp emitiu nota de repúdio

A União das Escolas de Samba Paulistanas, a Uesp, através de seu presidente, Alexandre Magno, o Nenê, posicionou-se publicamente frente ao caso e afirmou que a entidade “está se mobilizando para barrar o avanço na Câmara Municipal do Projeto de Lei (PL) 175/2017.

Nenê classificou a proposição como “um absurdo”, pois “ao proibir crianças nos desfiles vai destruir o futuro desta manifestação popular, que é o maior legado da cultura do povo brasileiro”, e acrescentou:

“Além das frequentes perseguições políticas que acabaram com o carnaval em vários municípios brasileiros, em nome de um discurso covarde que precisa colocar o dinheiro do carnaval em creches, escolas, saúde etc, ainda temos diante de nós um verdadeiro etnocídio (genocídio cultural), que deve ser barrado em votação. Precisamos erguer nossos pavilhões contra essa atrocidade proposta por esta vereadora que, sem sombra de dúvida, desconhece o trabalho social e cultural que é desenvolvido nas quadras das nossas agremiações”, afirmou em nota de repúdio.

+ Saiba mais detalhes do caso

 

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