Tom Maior faz melhor desfile de sua história e fecha com chave de ouro a primeira noite

Desfile 2018 da Tom Maior. Foto: SRzd – Wadson Ferreira

Fim.

Com a passagem da Tom Maior, foi encerrada a primeira parte dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo em 2018, no sambódromo do Anhembi.

A vermelha e amarela foi a sétima e última agremiação a pisar na Avenida, já na manhã deste sábado (10).

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O desafio de encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial em São Paulo não é desconhecido para a escola da Zona Oeste da cidade.

Escola dona de uma história recheada de particularidades.

Diferente de boa parte das coirmãs, na sua origem, numa mistura improvável, mesclou sambistas, intelectuais e universitários. Foi vanguarda.

Apresentou-se na extinta Casa de Detenção de São Paulo, presídio conhecido popularmente como Carandiru, implodido pelo Governo do Estado em 2002, em uma de suas inúmeras ações inspiradas por um olhar diferente sobre o mundo. Nessa caminhada, chegou em 2018 procurando seu lugar ao sol.

O coreógrafo de comissão de frente Robson Bernardino, completou seu segundo desfile pela Tom.

Missão um: recuperar os dois décimos perdidos em 2017. A trupe apresentou performance cheia de irreverência misturando arlequins, pierrots e colombinas, além de trazer a figura da Imperatriz conduzindo a bandeira nacional.

Na troca de elenco, “escondido” no elemento alegórico, que teve alguma dificuldade de passar pela pista sem perder a direção, integrantes da corte completaram o número.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Tom, Jairo e Simone, carregam muito mais que um pavilhão.

Carregam uma das mais lindas histórias do Carnaval. Foi pela dança que começou o namoro desta dupla, que brinda o público há mais de 20 anos com um bailar clássico e tradicional.

Construíram família, sempre em paralelo as atividades carnavalescas. Há muito estão na defesa do pavilhão da Tom Maior. Neste ano, vieram com a incumbência de fechar, com chave de ouro, a primeira noite de desfiles e reconquistar a nota máxima no quesito. Em 2017, receberam apenas um dez e três 9,9. Com uma das mais belas roupas entre os casais da primeira noite, foram irretocáveis.

Falando dos tempos atuais, onde as pautas são outras, chegamos num dos acontecimentos mais inesperados e surpreendentes deste pré-Carnaval; a saída de Claudio Cavalcanti, o Cebola, deixando de ser o carnavalesco da agremiação.

Cebola e Tom Maior romperam o vínculo profissional em 21 de setembro. Uma mudança desta dimensão, inegavelmente, impacta no projeto de uma escola de samba, que demanda meses de trabalho até o produto final chegar na Avenida. A diretoria agiu rapidamente e, alguns dias depois, anunciou André Marins como substituto. Marins registra trabalhos na Caprichosos de Pilares, Unidos de Vila Isabel, União da Ilha do Governador e Acadêmicos de Santa Cruz. Em São Paulo, além da Vai-Vai, teve passagem pela Águia de Ouro.

E o projeto, praticamente inteiro, foi modificado. Esse movimento e o produto dele, eram aspectos que mais geraram expectativas entre os sambistas, ou seja, verificar quais as soluções dadas por ele, chegando “em cima da hora”.

E o resultado foi, surpreendente, pelo lado positivo.

Marins trouxe novas soluções para as alegorias, sobretudo nas formas. Mesclou materiais refinados, com soluções alternativas, mas tudo de extremo bom gosto e de claro entendimento. Nos figurinos, primou pelo luxo, e foi certeiro na divisão de cores, absolutamente harmônica e adequada para a luz do dia.

Uma das mais respeitadas batucadas da cidade, é a “Tom 30”.

Comandada por mestre Carlão, e da rainha Pâmella Gomes, teve um desempenho muito abaixo do esperado, segundo os jurados, no último concurso. Foram cinco décimos descontados pelos avaliadores. Nesta manhã, não arriscou grandes breques ou paradões, mas deu a sustentação necessária ao desfile.

A performance em samba-enredo, também era bastante aguardada.

Sobretudo pela boa fase do intérprete Bruno Ribas.

Foi dele a missão de levar a criação dos autores Maradona, Turko, Celsinho Mody, Rafa do Cavaco, Ricardo Mandú, Léo Reis e Tinga, outra que não estava entre as mais cotadas da safra 2018, mas que serviu integralmente para a apresentação.

Além da excelência plástica, evolução e harmonia também mereceram aplausos. Com muita tranquilidade, as alas atravessaram a Avenida, compactas e com um canto intenso, de ponta a ponta, chegando na dispersão, já sob a luz do dia, consagradas pela exibição nobre da Tom, bem de acordo com o tema.

De olho no relógio!

A Tom Maior encerrou seu desfile com 1h04

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Tom Maior, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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